Destaque

Exame de sangue pode ajudar a prever o risco de apneia obstrutiva do sono

Fonte

Agência FAPESP

Data

terça-feira. 30 abril 2024 17:40

Dosar os níveis sanguíneos de um aminoácido chamado homocisteína pode ajudar a prever o risco de uma pessoa desenvolver apneia obstrutiva do sono – condição caracterizada por interrupções recorrentes da respiração causadas pelo relaxamento da musculatura da garganta quando se dorme. Esse simples exame de sangue pode ainda ajudar o médico a predizer o risco de agravamento do distúrbio em pacientes já acometidos pela forma leve ou moderada.

A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto do Sono e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com apoio da FAPESP. Os dados foram publicados em abril na revista científica European Archives of Oto-Rhino-Laryngology.

“Ainda não sabemos se é a apneia que causa a elevação da homocisteína no sangue ou se é o nível aumentado desse aminoácido que agrava a apneia. Nossa hipótese é que seja uma correlação bidirecional”, explicou a Dra. Monica Levy Andersen, professora da Unifesp e coordenadora da pesquisa. “Seria interessante que mais médicos, de todas as especialidades, pedissem esse exame no check-up de pacientes acima de 40 anos. É algo simples e que não onera o SUS [Sistema Único de Saúde]. E os resultados poderiam, no mínimo, fornecer mais informações sobre essa correlação”, defendeu a autora.

A homocisteína já tem sido uma preocupação para os cardiologistas há um bom tempo, já que há fortes evidências de que níveis elevados da substância – acima de 15 micromol por litro de sangue (µmol/l) – podem causar alterações na parede dos vasos sanguíneos e favorecer o surgimento de doença coronariana, trombose, enfarte e até acidente vascular encefálico (AVE), conhecido também como acidente vascular cerebral (AVC).

“A deficiência de vitaminas do complexo B – particularmente B6, B9 e B12 – predispõe a um quadro de hiper-homocisteinemia. Comer alimentos que contêm esses nutrientes ou mesmo a suplementação pode ser uma estratégia para modular os níveis desse aminoácido no sangue”, informou a Dra. Vanessa Cavalcante da Silva, pós-doutoranda na Unifesp e primeira autora do artigo.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Karina Toledo, Agência FAPESP.

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