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Fim das superbactérias resistentes a antibióticos? Nanotecnologia fotodinâmica pode erradicar algumas das bactérias mais mortais do mundo
Desenvolvida pela Universidade da Australia Meridional e publicada na revista científica Pharmaceutics, nova terapia de luz pode eliminar 500.000 vezes mais superbactérias resistentes a antibióticos golden staph e 100.000 vezes mais bactérias pseudomonas aeruginosa.
A golden staph (staphylococcus aureus) e a pseudomonas aeruginosa estão entre as superbactérias mais mortais do mundo. Globalmente, cerca de 1,27 milhão de pessoas morrem por ano devido a bactérias resistentes a antibióticos.
Muhammed Awad, pesquisador principal do estudo e doutorando da Universidade da Austrália Meridional, disse que a nova terapia de luz será uma virada de jogo para milhões de pessoas em todo o mundo.
“Golden staph e pseudomonas aeruginosa são bactérias altamente transmissíveis, comumente encontradas na pele das pessoas. Mas se entrarem no sangue, podem levar à sepse ou até à morte”, disse Muhammed Awad.
“Pacientes em hospitais – particularmente aqueles com feridas ou cateteres, ou aqueles em ventilação mecânica – têm um risco maior de contrair essas bactérias e, embora os antibióticos possam ajudar, seu uso extensivo pode levar a ondas de resistência microbiana, muitas vezes tornando-os ineficazes. Nossa tecnologia fotodinâmica funciona de maneira diferente, aproveitando a energia da luz para gerar moléculas de oxigênio altamente reativas que erradicam células microbianas e matam bactérias mortais, sem prejudicar as células humanas”, explicou o doutorando.
Os pesquisadores testaram a terapia fotodinâmica antimicrobiana em infecções bacterianas recalcitrantes causadas por cepas resistentes a antibióticos de golden staph e pseudomonas aeruginosa.
O Dr. Clive Prestidge, pesquisador sênior do estudo e também professor da Universidade da Austrália Meridional, disse que a tecnologia tem algumas vantagens importantes sobre os antibióticos convencionais e outras terapias de luz: “A nova terapia é criada em um óleo que é aplicado em uma ferida como uma loção. Quando a luz do laser é aplicada à loção, ela cria espécies reativas de oxigênio que atuam como uma alternativa aos antibióticos convencionais”.
“Os compostos fotoativos atuais também sofrem de baixa solubilidade em água, o que significa que eles têm aplicação clínica limitada. Nossa abordagem usa lipídios de qualidade alimentar para construir nanocarreadores para o composto fotoativo que melhora sua solubilidade e eficiência antibacteriana muito além de um composto não formulado. Essas moléculas têm como alvo várias células bacterianas ao mesmo tempo, impedindo que as bactérias se adaptem e se tornem resistentes. Portanto, é um tratamento muito mais eficaz e robusto. O próximo passo é iniciar os estudos clínicos e desenvolver ainda mais essa tecnologia para estar disponível rapidamente”, concluiu o professor Clive Prestidge.
As consequências de não gerenciar superbactérias são altas. Os micróbios resistentes a antibióticos já custam milhões de vidas e trilhões de dólares para a economia global a cada ano.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Austrália Meridional (em inglês).
Fonte: Universidade da Austrália Meridional.
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