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Laboratório da UFG desenvolve teste focado em cosméticos infantis
Uma nova proposta de teste na área de métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa foi descrita recentemente na revista científica Toxicology in Vitro, em artigo assinado por pesquisadores vinculados ao Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia In Vitro (Tox In) da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e ao Grupo Boticário.
O trabalho propõe um modelo de ensaio pré-clínico cujo intuito é avaliar o potencial de ardência nos olhos provocado por produtos químicos e cosméticos desenvolvidos para bebês. Em outras palavras, a ideia é que o teste -batizado de ‘sens-ocular’ – sirva como uma espécie de termômetro para mensurar a capacidade de uma formulação provocar irritação nos olhos, antes mesmo dos testes em voluntários, aumentando a segurança do processo.
Para se chegar a essa possibilidade que simula de maneira satisfatória a reação do corpo humano, a alternativa foi empregar o uso de uma linhagem específica de células cultivadas em laboratório que foram importadas. Essas células possuem o receptor TRPV1, conhecido pela alta permeabilidade a íons de cálcio frente a algumas substâncias que produzem dor. Assim, após aplicar os produtos testados nas células estudadas, quanto mais íons elas apresentarem, maior será a indicação de ardor provocado pelas substâncias.
A professora Dra. Marize Valadares, que é coordenadora do Tox In e autora correspondente do artigo, explicou que, embora o modelo desenvolvido até aqui já seja interessante, o uso do ensaio poderá levar a novas perspectivas com o tempo: “À medida que formos criando um banco de dados robusto, será possível verificar como o teste se comporta e eventualmente associá-lo à inteligência artificial, a ponto de até, quem sabe, substituir integralmente os ensaios clínicos”.
Outra oportunidade futura de exploração diz respeito ao emprego do teste para avaliar produtos para peles sensíveis, tendo em vista que muitos dos receptores presentes nos olhos também estão na pele. Foi graças a esse potencial e ao histórico bem-sucedido do trabalho desenvolvido pelo Tox In, onde todas as atividades foram realizadas, que, há cerca de três anos, o Grupo Boticário se envolveu no estudo, aportando R$ 200 mil, além de apoiar tecnicamente o projeto.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Jornal UFG.
Fonte: William Correia, Jornal UFG.
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