Destaque

Molécula produzida no intestino pode ter efeito protetor contra gripe

Fonte

Agência FAPESP

Data

quarta-feira. 8 maio 2024 15:05

Uma molécula produzida naturalmente no intestino pode ajudar a prevenir e mesmo tratar a gripe. É o que aponta um estudo publicado na revista científica Gut Microbes por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Pasteur de Lille, na França.

Experimentos com camundongos mostraram uma queda nos níveis da molécula conhecida como ácido indol-3-propiônico (IPA, na sigla em inglês) durante a infecção pelo vírus influenza, variante H3N2.

Ao suplementar os animais infectados com uma versão sintética do IPA, os pesquisadores observaram uma redução na carga viral e na inflamação dos pulmões.

“Esses resultados são promissores e sugerem que o IPA, no futuro, poderá ser usado para ajudar a prevenir ou tratar a infecção pelo vírus influenza, responsável por grandes epidemias. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar esses achados em humanos e para entender melhor como o IPA funciona”, esclareceu o Dr. Marco Vinolo, professor do Instituto de Biologia da Unicamp (IB Unicamp).

O estudo ocorreu no âmbito do projeto ‘Análise dos mecanismos moleculares envolvidos na interação de metabólitos da microbiota e células do hospedeiro durante a inflamação‘, coordenado pelo Dr. Marco Vinolo e apoiado pela FAPESP.

Os resultados foram possíveis depois de uma série de experimentos com camundongos conduzidos na França, sob coordenação do Dr. François Trottein, do Instituto Pasteur. Posteriormente, foram feitas análises usando ferramentas de bioinformática, na Unicamp, que inspiraram novos experimentos com animais no Instituto Pasteur.

“Usamos três camadas de dados: a primeira foi a de metagenômica, que mostrou quais bactérias estavam alteradas no intestino depois de 7 e 14 dias da infecção. Foi avaliado todo o DNA desses microrganismos, quando nesse tipo de estudo normalmente só se avalia um trecho de um gene que identifica as bactérias. Nossa análise mostra não apenas as espécies bacterianas, mas os genes mais presentes e suas respectivas funções”, explicou o Dr. Vinicius de Rezende Rodovalho, um dos autores principais do trabalho, realizado durante seu pós-doutorado no IB-Unicamp.

As outras camadas de dados foram obtidas a partir das técnicas de metabolômica, que avaliaram os metabólitos secretados pela microbiota presente no intestino e os marcadores clínicos da doença, como carga viral e marcadores inflamatórios.

“Analisamos esses dados de forma integrada, construindo uma rede de correlações que mostrou um importante papel para o IPA. A partir disso, novos experimentos foram realizados. Neles, suplementamos os animais com uma versão sintética da molécula, produzida em laboratório, o que diminuiu a carga viral e a inflamação. Isso traz um grande potencial para uma nova terapêutica da gripe”, explicou o Dr. Marco Vinolo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: André Julião, Agência FAPESP.

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