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Na Alemanha, startup está desenvolvendo medicamento baseado em novo agente ativo contra bactérias multirresistentes

Fonte

TUM | Universidade Técnica de Munique

Data

sábado. 4 novembro 2023 11:40

Um número crescente de bactérias está desenvolvendo resistência aos antibióticos. Estudos demonstraram que centenas de milhares de pessoas morrem todos os anos devido a infecções por patógenos resistentes a antibióticos. Somente um grupo de bactérias – Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), comumente encontrado em hospitais – causa dezenas de milhares de mortes todos os anos.

Recentemente, uma equipe de pesquisa da Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha, descobriu um agente ativo ao qual é improvável que bactérias MRSA multirresistentes desenvolvam resistência. “Embora os antibióticos convencionais tenham como alvo a parede celular das bactérias ou o seu sistema metabólico, pretendemos prejudicar permanentemente o transporte de proteínas e o equilíbrio energético nas bactérias, o que as impede de se multiplicarem ou desenvolverem resistências”, explicou o Dr. Stephan Sieber, professor de Química Orgânica da TUM. O professor Sieber fundou uma startup junto com seu ex-aluno de doutorado, o Dr. Robert Macsics, para continuar desenvolvendo o novo agente.

Parede celular bacteriana se digere

As bases para esta inovação foram lançadas nos laboratórios da TUM. “No começo, era pura pesquisa básica”, enfatizou o professor Sieber. “Testamos centenas de agentes diferentes em culturas com Staphylococcus aureus e encontramos uma molécula que mata as bactérias de forma muito eficaz. Examinamos então o modo de ação dessa molécula, que chamamos de PK150.” Os resultados mostraram que o PK150 tem um modo de ação fundamentalmente diferente dos antibióticos convencionais. Em vez de suprimir os processos bioquímicos, o PK150 estimula a excreção de proteínas na parede celular. Enzimas essenciais são liberadas das células e, com efeito, as paredes celulares começam a ‘se digerir’. Ao mesmo tempo, a molécula bloqueia o sistema metabólico, o que significa que a célula não consegue armazenar mais energia e morre. Devido a este duplo modo de ação, é excepcionalmente improvável que as bactérias desenvolvam mutações com resistência a este agente.

“Assim que ficou claro que essa molécula era uma candidata promissora para o desenvolvimento de um novo antibiótico, ambos sabíamos que queríamos desenvolver o agente”, lembrou o Dr. Sieber. “É adequado para combater Staphylococcus aureus e outras bactérias multirresistentes que são gram-positivas, o que significa que possuem parede celular de camada única”, destacou o pesquisador.

A TUM solicitou a patente da estrutura da molécula otimizada pela primeira vez em 2017, enquanto os pesquisadores iniciavam a busca por investidores. Mesmo durante a pandemia do coronavírus, os dois  garantiram o apoio do Boehringer Ingelheim Venture Fund após uma apresentação virtual.

Em 2021, a dupla fundou a Smartbax. Além de desenvolver o princípio ativo, a empresa trabalha em outras estratégias para combater bactérias resistentes aos medicamentos. O objetivo é ter seus primeiros candidatos a medicamentos prontos para ensaios clínicos dentro de alguns anos.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).

Fonte: TUM.

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