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No Japão, cientistas trabalham no desenvolvimento de novos antibióticos que visam bactérias multirresistentes

Fonte

Universidade Hokkaido

Data

sexta-feira. 30 dezembro 2022 14:05

Os antibióticos são drogas vitais no tratamento de uma série de doenças bacterianas. No entanto, devido ao uso excessivo e indevido contínuo, o número de cepas de bactérias resistentes a vários antibióticos está aumentando, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. O desenvolvimento de novos compostos antibacterianos que visem bactérias multirresistentes também é um campo ativo de pesquisa para que esse problema crescente possa ser controlado.

Uma equipe liderada pelo Dr. Satoshi Ichikawa, professor da Universidade Hokkaido, no Japão, trabalha no desenvolvimento de novas drogas antibacterianas. Sua pesquisa mais recente, publicada na revista científica Nature Communications, detalhou o desenvolvimento de um composto antibacteriano altamente eficaz contra as bactérias multirresistentes mais comuns.

A equipe trabalhou em uma classe de compostos antibacterianos chamados esphaerimicinas. Esses compostos bloqueiam a função de uma proteína na bactéria chamada MraY. MraY é essencial para a replicação das bactérias e desempenha um papel na síntese da parede celular bacteriana, além de não ser alvo dos antibióticos comerciais atualmente disponíveis.

“As esphaerimicinas são compostos biológicos e possuem estruturas muito complexas”, explicou o professor Ichikawa. “Decidimos projetar análogos dessa molécula que fossem mais fáceis de fabricar e, ao mesmo tempo, mais eficazes contra a MraY, aumentando assim sua atividade antibacteriana. A droga que projetamos foi eficaz contra Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Enterococcus faecium resistente à vancomicina (VRE), duas das bactérias resistentes a múltiplas drogas mais comuns”.

A equipe analisou as estruturas da esphaerimicina A por modelagem molecular assistida por cálculo e projetou e sintetizou dois análogos da esphaerimicina, SPM1 e SPM2. Os pesquisadores verificaram que estes análogos eram eficazes contra bactérias Gram positivas. Eles então determinaram a estrutura de SPM1 ligada à MraY. Ao estudar essa estrutura e compará-la com a de agentes antibacterianos relacionados, eles determinaram como simplificar ainda mais as moléculas. Eles tiveram sucesso no desenvolvimento de um análogo mais simples, o SPM3, cuja atividade era semelhante ao SPM1.

Além de sua eficácia contra MRSA e VRE, os SPMs também foram eficazes contra Mycobacterium tuberculosis, a bactéria que causa a tuberculose – e que possui cepas multirresistentes.

“Nossa contribuição mais significativa é a construção do esqueleto central da esphaerimicina, que pode ser usado para desenvolver mais agentes antibacterianos direcionados à MraY e, portanto, a cepas multirresistentes. A esphaerimicina é mais promissora, pois o MraY também está presente em bactérias Gram negativas”, concluiu o Dr. Sastoshi Ichikawa.

O trabalho futuro incluirá a otimização das moléculas SPM atualmente desenvolvidas e o desenvolvimento de combinações de antibióticos contendo esphaerimicina para atingir uma ampla gama de bactérias.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Hokkaido (em inglês).

Fonte: Sohail Keegan Pinto, Universidade Hokkaido.

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