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Novo sensor possibilita diagnóstico diferencial do vírus da dengue e zika usando impressão molecular para obter anticorpos sintéticos

Fonte

UNIFAL-MG | Universidade Federal de Alfenas

Data

sábado. 3 julho 2021 11:40

Um sensor eletroquímico portátil, de baixo custo e fácil operação para detectar o vírus da Dengue e de Zika, utilizando a técnica de impressão molecular na produção de anticorpos sintéticos. Essa é a proposta de uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Análise de Toxicantes e Fármacos (LATF) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), que aposta no ganho de performance do modelo de química verde para o diagnóstico. O estudo foi publicado na revista científica Biosensors and Bioelectronics.

Intitulada “Diagnóstico diferencial da proteína NS1 de Zika vírus e Dengue vírus através do reconhecimento com polímeros impressos molecularmente”, a pesquisa é resultado da tese de doutorado de Matheus Siqueira Silva, desenvolvida com a orientação dos professores Dr. Eduardo Costa de Figueiredo (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) e Dr. Luiz Felipe Leomil Coelho (Instituto de Ciências Biomédicas) no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da UNIFAL-MG; e Dra. Ana Patricia Moreira Tavares e Dra. Maria Goreti Ferreira Sales, do Instituto Politécnico do Porto, de Portugal.

Os experimentos, desenvolvidos entre novembro de 2016 e setembro de 2020, contaram com a colaboração dos grupos de pesquisa coordenados pelos pesquisadores Dra. Lígia Ely Morganti Ferreira Dias e Dra. Rosa Maria Chura-Chambi, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN); e o Dr. Flávio Guimarães da Fonseca, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Uma parte dos experimentos foi desenvolvida pelo Dr. Matheus no Laboratório Biomark Sensor Research, na unidade do Instituto Politécnico do Porto, entre abril de 2017 e março de 2018, durante uma edição do programa doutorado-sanduíche da CAPES.

Conforme contextualizou o Dr. Matheus, no diagnóstico de vírus transmitidos por mosquitos e carrapatos, os flavivírus, causadores de doenças como Dengue e Zika, a forma de detecção mais comum de antígenos (ou proteínas) virais solúveis se dá por amostras biológicas como soro e sangue. Tal técnica de diagnóstico utiliza anticorpos obtidos de animais como cabras, coelhos e cavalos expostos previamente ao antígeno causador da doença. “Como opção ao emprego de animais para a obtenção de anticorpos, a academia vem buscando explorar modelos de química verde para a obtenção de anticorpos sintéticos, ou plásticos, que sejam equiparáveis aos produzidos por seres vivos”, explicou o pesquisador.

O Dr. Matheus esclareceu que anticorpos produzidos por seres vivos podem efetuar o reconhecimento cruzado entre antígenos de espécies com alto grau de identidade genética, como ocorre nos flavivírus. “O reconhecimento cruzado proporciona resultados falsos-positivos, comprometendo a exatidão do diagnóstico”, disse.  A ideia da pesquisa surgiu a partir deste risco considerável que os sensores de antígenos de flavivírus apresentam de sofrer reações cruzadas a depender do estágio de desenvolvimento da infecção.

Como alternativa, o projeto do Dr. Matheus empregou a técnica de impressão molecular na produção de anticorpos sintéticos, que consiste em uma reação de polimerização (processo químico que resulta na formação de macromoléculas – polímeros – mediante a combinação de moléculas menores) na presença de uma estrutura molde. “Um polímero é formado ao redor da estrutura molde, de forma complementar a esta estrutura. Com a remoção da estrutura molde, o polímero passa a dispor de cavidades que reproduzem a conformação estrutural externa desta estrutura modelo. Estas cavidades são capazes de adsorver seletivamente estruturas de conformação estrutural similar”, explicou o pesquisador.

O modelo desenvolvido, de acordo com o pesquisador, pode contribuir significativamente para o diagnóstico de Zika e Dengue, uma vez que é portátil, de baixo custo, fácil operação e não necessita de aparelhagem laboratorial complexa. No entanto, para se tornar compatível no mercado, ainda precisa ter sua performance analítica aprimorada. “Este será um dos próximos passos do grupo. A metodologia de seleção de moléculas modelo também se faz compatível com outros modelos de aplicação, como preparo de amostras em análises clínicas, sensores óticos e gravimétricos. As possibilidades de expansão para esta linha de pesquisa são vastas e promissoras”, concluiu o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UNIFAL-MG.

Fonte: , UNIFAL-MG.

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