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Pesquisa mostra o impacto da COVID-19 no rastreamento dos cânceres de mama e de colo do útero

Fonte

Jornal da Unicamp

Data

quinta-feira. 23 junho 2022 11:25

É urgente o desenvolvimento de estratégias que diminuam os efeitos de longo prazo da COVID-19 nas taxas de mortalidade dos cânceres de mama e colo de útero. O alerta é de um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), publicado na revista científica Journal JCO Global OncologyO estudo mostrou como as medidas de enfrentamento da pandemia impactaram no rastreamento e no tratamento dessas doenças, a partir de significativa redução na prestação de cuidados aos pacientes.

A pesquisa analisou o número de exames de rastreio, mamografia e citologia cervical (Exame de Papanicolau), de procedimentos de tratamento de câncer de colo uterino inicial e de início de tratamentos quimioterápicos para câncer de mama e colo uterino no Estado de São Paulo entre janeiro de 2017 e novembro de 2021. As plataformas utilizadas foram o DATASUS, o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) e o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde.

Além de estimar que mais de 1,8 milhões de exames e procedimentos de Papanicolau, mamografia e conização tenham sofrido atraso ou sido completamente perdidos, o estudo mostrou como a disfunção do sistema de saúde causada pelo SARS-CoV-2 prejudicou o tratamento sistêmico dos pacientes com câncer.

Segundo afirmaram Mateus Duarte, da UFU, o Dr. José Carvalheira e Juliana Argenton, da Unicamp, pesquisadores responsáveis pelo estudo, o início da pandemia está diretamente correlacionado à diminuição aguda dos exames de rastreio (Papanicolau e mamografia) e procedimentos de conização.

“Houve uma redução de 25% na taxa de início de tratamento sistêmico pós-operatório do câncer de mama em estágio inicial (I e II), além de um aumento na quantidade de pacientes que iniciaram quimioterapia já em caráter paliativo para o tratamento do câncer de colo do útero avançado. Estimamos um excesso de 156 casos de câncer de colo uterino em São Paulo já em estágio avançado, quando a chance de cura é drasticamente reduzida”.

Embora os exames de Papanicolau e mamografia tenham retornado aos níveis anteriores às medidas de isolamento, o mesmo não se deu com as conizações. Dentre os fatores que explicam a lenta retomada dos índices anteriores à pandemia estão as dificuldades com sistemas de rastreamento e a interrupção de serviços de saúde considerados não essenciais.

“No Brasil, a busca pelos serviços de rastreamento acontece de forma espontânea, enquanto em países mais desenvolvidos existem sistemas de lembrete e rastreamento. Na Austrália e na Nova Zelândia foram feitos esforços simultâneos para controlar a COVID-19 e mitigar seus efeitos sobre o tratamento do câncer, o que resultou na rápida taxa de recuperação da triagem”, afirmaram os pesquisadores.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unicamp.

Fonte: Camila Delmondes, Imprensa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e Jornal da Unicamp.

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