Destaque

Pesquisa usa nanotecnologia para tratamento de síndrome respiratória

Fonte

UFJF | Universidade Federal de Juiz de Fora

Data

quarta-feira. 2 fevereiro 2022 12:10

Dentre as principais complicações causadas pelo vírus da COVID-19, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é a maior responsável pelos óbitos relacionados à doença. Desta forma, com o intuito de contribuir para melhorar o cenário, um estudo liderado pelo Dr. Guilherme Diniz Tavares, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), se dedica a desenvolver um medicamento inovador direcionado ao tratamento desta síndrome.

A síndrome, que é caracterizada por uma inflamação pulmonar intensa, ocorre em pacientes acometidos por vírus respiratórios, tais como H2N3 e SARS-CoV-2. Entretanto, como ainda não existe um consenso científico sobre o tratamento adequado para a SRAG, a maioria dos médicos têm apostado no uso dos corticoides – fármacos que são anti-inflamatórios e imunossupressores para controlar o quadro. O professor Tavares explicou que, dentre os medicamentos mais utilizados atualmente, existe a dexametasona, que pode ser administrada de duas maneiras: por via injetável ou em comprimidos.

“Dessa forma, a ideia da pesquisa é que esse fármaco seja administrado por via pulmonar, tendo em vista que a inflamação causada pela SRAG acomete diretamente o pulmão. Ao aplicar no local necessário, temos dois benefícios: uma ação mais concentrada – que permite reduzir a dose do fármaco – e uma redução nos efeitos colaterais, já que os corticoides costumam apresentar uma alta prevalência desses efeitos quando aplicados por via oral ou injetável”, destacou o pesquisador.

 Nanopartículas: possível agente da inovação

A principal inovação do projeto é incluir a nanotecnologia no processo de transporte do medicamento até a via pulmonar, de maneira que a dexametasona seja liberada nos pulmões em nanopartículas. “Dentre as vantagens dessa tecnologia, podemos dizer que ela permite uma distribuição mais uniforme na região pulmonar, além da liberação gradual do fármaco. Além disso, o material dessa nanopartícula é um polímero de origem natural que possui propriedades anti-inflamatórias. Ou seja, estamos associando um corticoide de maneira bem mais localizada a um agente que também é adequado ao tratamento”, destacou o professor.

Como as nanopartículas são produzidas em meio líquido, o pesquisador indica que será necessário ‘secar’ a dispersão produzida para obter assim uma formulação inalatória em forma de pó. Sendo assim, a iniciativa é inovadora, já que não existe um produto no mercado que contemple a dexametasona inalatória. O projeto, nomeado de Nanopartículas poliméricas contendo dexametasona para o tratamento da síndrome respiratória aguda grave relacionada à COVID-19: estudo de escalonamento, investigação da eficácia e avaliação da estabilidade após inclusão em formulação inalatória’  foi contemplado com uma verba de R$80.300,00 por meio do edital de chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (Nº18/2021/Universal).

A equipe conta com os pesquisadores Dra. Fernanda VilelaDr. Frederico Pittella, professores da Faculdade de Farmácia e o Dr. Gilson Macedo, professor do Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF. Também integram o projeto os pesquisadores Dr. Helvécio Rocha e Dra. Michelle Sarcinelli, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O professor Guilherme Tavares explicou que, posteriormente aos ensaios iniciais com as nanopartículas, o medicamento inalatório será avaliado em parceria com a Fiocruz.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Fonte: Universidade Federal de Juiz de Fora.

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