Destaque

Pesquisadora propõe o uso de nanorrobôs de origem biológica como agentes terapêuticos no combate a tumores

Fonte

Universidade de Oviedo

Data

segunda-feira. 10 outubro 2022 19:40

A Dra. Lourdes Marcano, pesquisadora do grupo de Materiais Magnéticos para Energia e Saúde (MAGNES) da Universidade de Oviedo, na Espanha, recebeu uma das 60 bolsas ‘Leonardo’ para investigadores e criadores culturais na área das ciências básicas em 2022. As bolsas contemplam um valor até 40 mil euros (cerca de R$ 200 mil) e são atribuídas pela Fundação BBVA a jovens pesquisadores com idades entre 30 e 45 anos para desenvolver um projeto inovador. Em seu projeto, denominado ‘Nano-roBIOts‘, a Dra. Lourdes Marcano propõe o uso de nanorrobôs de origem biológica como agentes terapêuticos, em especial, no combate ao câncer.

A Dra. Lourdes Marcano explicou que o desenvolvimento de novas formas de tratamento do câncer está muitas vezes ligado à nanotecnologia. Nesse sentido, as bactérias magnetotáticas (pequenos microrganismos com propriedades magnéticas interessantes) têm muito a oferecer. “Nosso projeto (Nano-roBIOts) busca modificar bactérias magnetotáticas, dopando-as ou incorporando/aderindo nanopartículas de ouro para ampliar seu potencial. A adição das propriedades magnéticas com as propriedades plasmônicas do ouro dará origem a entidades biológicas multifuncionais capazes de atacar duplamente os tumores graças à combinação de terapias como hipertermia magnética e fototermia”, destacou a pesquisadora.

A pesquisadora da Universidade de Oviedo lembrou que o câncer está entre as principais causas de morte no mundo. “A detecção precoce da doença e o tratamento eficiente são essenciais para alcançar números mais animadores. Nesse contexto, o desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e tratamento está intimamente ligado à nanociência e nanotecnologia”, ressaltou.

Uma alternativa pouco explorada é o uso de bactérias magnetotáticas como nanorrobôs. Mas o que são bactérias magnetotáticas? “As bactérias magnetotáticas são um grupo de diversos microrganismos com a capacidade de sintetizar naturalmente nanopartículas de magnetita, chamadas de magnetossomos. Os magnetossomos se agrupam formando cadeias dentro das bactérias, que fazem o papel de uma bússola magnética que permite que o microrganismo se oriente com campos magnéticos tão fracos quanto o campo magnético da Terra”, ressaltou a pesquisadora. “Essa capacidade de orientação com o campo geomagnético é de grande ajuda na busca de nutrientes, pois reduz uma busca caótica nas três direções do espaço a uma única direção, a do campo magnético”, acrescentou.

Além do interesse que essas bactérias despertam do ponto de vista biológico devido à sua capacidade de sintetizar nanopartículas magnéticas, elas se revelam candidatas ideais para aplicações médicas. Por um lado, as bactérias magnetotáticas são entidades biológicas com capacidades inatas de mobilidade, detecção e reação ao meio ambiente. Por outro lado, a presença de magnetossomos dará às bactérias todas as vantagens características das nanopartículas magnéticas: oferecem a possibilidade de guiar e detectar magneticamente bactérias mesmo uma vez dentro do corpo humano; podem ser usadas ​​como agentes de contraste em ressonância magnética e como agentes terapêuticos para a eliminação de células cancerosas. Através da aplicação de estímulos externos, como campos magnéticos alternados, as nanopartículas de magnetita dissipam energia na forma de calor (hipertermia magnética). Este aquecimento local, mantido ao longo do tempo, é inofensivo para as células saudáveis ​​ao mesmo tempo que desencadeia a morte celular das células cancerígenas.

Em seu projeto, a pesquisadora da Universidade de Oviedo pretende dar um passo adiante ao adicionar nanopartículas de ouro a esses microrganismos. O ouro nanoestruturado também atuará como agente térmico. Neste caso, o aquecimento será uma resposta aos estímulos luminosos emitidos por um laser. Como resultado, serão obtidos nanorrobôs terapêuticos capazes de responder a campos magnéticos e luminosos alternados, utilizando a técnica mais conveniente em cada situação ou combinando ambas.

O projeto, com duração de 18 meses, abrange a preparação de bactérias multifuncionais, sua caracterização e a comprovação de sua eficácia em estudos in vitro.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oviedo (em espanhol).

Fonte: Universidade de Oviedo.

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