Destaque

Pesquisadores descobrem gene oculto no genoma mitocondrial humano

Fonte

Universidade de Montreal

Data

quarta-feira. 19 julho 2023 15:25

O DNA mitocondrial, com seu número relativamente pequeno de pares de bases (cerca de 16.000 em comparação com 3 bilhões no DNA nuclear), foi sequenciado há quase 45 anos. “A comunidade científica achava que sabia tudo o que havia para saber sobre esse minúsculo pedaço de material genético”, disse a Dra. Sophie Breton, professora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Montreal, no Canadá.

Mas a professora Sophie Breton, que ocupa a Cátedra de Pesquisa do Canadá em Biologia Mitocondrial Evolutiva, teve um palpite de que poderia haver outros genes no DNA mitocondrial. As mitocôndrias surgiram de bactérias, que possuem genes aninhados dentro de outros genes. “O genoma mitocondrial ainda poderia ter esse recurso?”, se perguntou a professora Breton – e, com sua equipe, descobriu que, de fato, sim.

As descobertas foram recentemente publicadas na revista científica BMC Biology.

“Encontramos um gene escondido dentro de outro gene. O DNA mitocondrial é como um conjunto de ‘bonecas russas’”, destacou a Dra. Sophie Breton.

Descoberta subverte a ciência aceita

A descoberta feita pela professora Sophie Breton e sua equipe desafia o que era aceito como fato na área. “Algumas coisas sobre a ciência básica terão que ser repensadas”, observou ela. O artigo provocou reações vigorosas tanto de quem aceita quanto de quem critica os resultados.

A descoberta tem algumas implicações práticas, incluindo a possibilidade de aplicação direta para a compreensão e tratamento de certas doenças. Várias doenças, incluindo diabetes, Parkinson, Alzheimer e alguns tipos de câncer, estão ligadas às mitocôndrias. Em alguns casos, os cientistas não entendem a ligação entre uma mutação sinônima (uma mudança ‘silenciosa’ em uma sequência de DNA que não altera a proteína) e uma doença.

“Mas pode ser que a mutação não seja silenciosa no gene oculto [ou seja, pode mudar a proteína], o que poderia explicar algumas dessas observações intrigantes”, sugeriu a professora Breton. Compreender esses genes aninhados pode apontar o caminho para outros potenciais alvos terapêuticos que permitirão tratar algumas doenças de forma mais eficaz ou mesmo curá-las.

A pesquisadora espera continuar sua pesquisa neste campo em colaboração com colegas de várias disciplinas:  “Gostaríamos de estudar as funções do gene que descobrimos”.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).

Fonte: Catherine Couturier, Universidade de Montreal.

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