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Pesquisadores descobrem novo antibiótico contra patógenos resistentes

Fonte

Universidade de Basileia

Data

quinta-feira. 20 outubro 2022 12:00

Por muito tempo, os antibióticos foram considerados uma bala de prata contra infecções bacterianas. Porém, ao longo do tempo, muitos patógenos se adaptaram para resistir aos antibióticos, por isso a busca por novos medicamentos está se tornando cada vez mais importante. Recentemente, uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo cientistas da Universidade de Basileia, na Suíça, descobriu um novo antibiótico por análise computacional e decifrou seu modo de ação. O estudo é um passo importante no desenvolvimento de novos medicamentos eficazes contra infecções.

A OMS chama o número crescente de bactérias resistentes a antibióticos de ‘pandemia silenciosa’. A crise é agravada pelo fato de que quase nenhum medicamento novo chegou ao mercado nas últimas décadas. Ainda hoje, nem todas as infecções podem ser tratadas com sucesso.

Para travar o avanço das bactérias resistentes aos antibióticos, são urgentemente necessárias novas substâncias ativas. Neste sentido, uma descoberta importante foi feita pela equipe liderada por pesquisadores da Universidade Northeastern, nos Estados Unidos, junto com o professor Dr. Sebastian Hiller, pesquisador do Biozentrum da Universidade de Basel. O estudo fez parte do Centro Nacional de Competência em Pesquisa (NCCR AntiResist) e foi publicado na revista científica Nature Microbiology.

Adversários difíceis

Os pesquisadores descobriram o novo antibiótico Dynobactin por uma abordagem de triagem computacional. O composto mata bactérias Gram-negativas, que incluem muitos patógenos perigosos e resistentes. “A busca por antibióticos contra esse grupo de bactérias está longe de ser trivial. Eles são bem protegidos por sua dupla membrana e, portanto, oferecem poucas oportunidades de ataque. Nos milhões de anos de sua evolução, as bactérias encontraram inúmeras maneiras de tornar os antibióticos inofensivos”, destacou o professor Sebastian Hiller.

Somente no ano passado a equipe do professor Hiller decifrou o modo de ação do antibiótico peptídico recém-descoberto Darobactin. O conhecimento adquirido foi integrado ao processo de triagem de novos compostos. Os pesquisadores aproveitaram o fato de que muitas bactérias produzem peptídeos antibióticos para lutar entre si. E que esses peptídeos, ao contrário das substâncias naturais, são codificados no genoma bacteriano.

Efeito fatal

“O computador rastreou sistematicamente todo o genoma das bactérias que produzem esses peptídeos. Foi assim que identificamos o Dynobactin”, explicou o doutorando Seyed Majed Modaresi, coautor do estudo. Os pesquisadores demonstraram que este novo composto é extremamente eficaz: camundongos em sepse com risco de vida causado por bactérias resistentes sobreviveram à infecção grave pela administração de Dynobactin.

Ao combinar diferentes métodos, os pesquisadores conseguiram resolver a estrutura e o mecanismo de ação do Dynobactin. Este peptídeo bloqueia a proteína da membrana bacteriana BamA, que desempenha um papel importante na formação e manutenção do envelope bacteriano protetor externo. “O Dynobactin gruda no BamA do lado de fora como um plugue e impede que ele faça seu trabalho. Assim, as bactérias morrem. Embora o Dynobactin quase não tenha semelhanças químicas com o já conhecido Darobactin, ele tem o mesmo alvo na superfície bacteriana”, explicou Seyed Modaresi.

Um impulso para a pesquisa de antibióticos

Em nível molecular, no entanto, os cientistas descobriram que o Dynobactin interage de maneira diferente com a proteína BamA do que com o Darobactin. Ao combinar certas características químicas dos dois, os medicamentos potenciais podem ser melhorados e otimizados. Este é um passo importante no caminho para um medicamento eficaz. “A triagem baseada em computador dará um novo impulso à identificação de antibióticos urgentemente necessários. No futuro, queremos ampliar nossa pesquisa e investigar mais peptídeos em termos de adequação como medicamentos antimicrobianos”, concluiu o Dr. Sebastian Hiller.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Basileia (em inglês).

Fonte: Katrin Bühler, Universidade de Basileia.

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