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Pesquisadores desenvolvem gel com casca de fruto do cerrado como agente antiobesidade e antidiabetes

Fonte

FAPEMAT | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso

Data

quinta-feira. 4 julho 2024 14:20

Uma equipe de pesquisadores está investigando os benefícios do fruto da mangabeira (Hancornia speciosa) como potencial fitoterápico. Estudos revelaram que compostos fenólicos, como a catequina, procianidina e florizina, presentes na casca da árvore, possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Esses compostos ajudam a combater o estresse oxidativo, reduzem o peso corporal com segurança e melhoram comorbidades associadas, como obesidade, diabetes mellitus e doença hepática gordurosa não alcoólica, possibilitando a criação de um fitoterápico eficaz.

A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) e liderada pela Dra. Márcia Queiroz Latorraca, professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Durante o desenvolvimento do fitoterápico, a casca do fruto foi processada rigorosamente e submetida a técnicas de extração dos princípios ativos. Esse extrato vegetal foi incorporado em um gel com aplicações farmacêuticas e alimentícias, formulado para ser livre de incompatibilidades físico-químicas. A forma farmacêutica semissólida gelificada é composta por uma rede de polímeros hidrofílicos que entumece em contato com a água, formando partículas esféricas que encapsulam os compostos bioativos, protegendo-os do pH estomacal e preservando suas propriedades. Além disso, o produto é seguro para diabéticos e intolerantes à lactose, pois não contém açúcar ou excipientes lácteos.

As folhas da mangabeira têm atividade anti-hipertensiva, vasodilatadora, anti-inflamatória e antidiabética; a casca possui atividades antidiabética, antiobesidade, antimicrobiana e gastroprotetora; a raiz tem efeitos anti-hipertensivos, cicatrizantes e antirreumáticos; e o látex e o suco leitoso do fruto são usados no tratamento de doenças fúngicas, tuberculose e úlceras gástricas.

A mangabeira é uma espécie promissora encontrada principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. O fruto é rico em elementos essenciais como ácido ascórbico, cálcio, zinco, ferro, carotenoides e vitamina E, além de ser saboroso, utilizado na produção de sorvetes, biscoitos, caldas, sucos, vinhos, licores, geleias, compotas, álcool e vinagre.

Outro potencial da mangabeira é a extração de látex para a indústria da borracha. A mangabeira pode produzir um litro ou mais de látex em apenas duas horas de sangria, enquanto a seringueira produz entre 50 e 100 ml, precisando ser cortada a cada dois dias. A mangabeira, por sua vez, é cortada apenas duas a três vezes ao ano, exigindo menos mão de obra.

A análise do extrato bruto das folhas revelou baixa citotoxicidade, indicando segurança no uso terapêutico. O teste de atividade hemolítica realizado com hemácias de sangue de carneiro mostrou que o extrato da casca de mangabeira é fracamente tóxico a atóxico.

Os próximos passos da pesquisa incluem determinar as concentrações dos compostos bioativos no extrato, avaliar a influência da digestão na bioacessibilidade dos compostos fenólicos, estender o prazo de validade do produto, desenvolver um nanossistema para administração oral do extrato e realizar ensaios clínicos para avaliar sua eficácia no tratamento da obesidade e sobre outros parâmetros biológicos.

Acesse a notícia completa na página da FAPEMAT.

Fonte: Widson Ovando, FAPEMAT.

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