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Pesquisadores disponibilizam dados de novo estudo sobre células endoteliais pulmonares
A principal função do pulmão é facilitar a transferência de oxigênio para a corrente sanguínea. Cruciais para essa tarefa são as células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos que permeiam o pulmão e por meio dos quais ocorre a troca gasosa.
O mau funcionamento dessas células está implicado em uma série de doenças diferentes, incluindo a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), fibrose pulmonar e hipertensão pulmonar. E a pandemia de COVID-19 levantou questões importantes sobre essas células: porque algumas células do endotélio, principalmente em idosos, são mais suscetíveis a lesões da doença?
“Supunha-se que todas as células endoteliais pulmonares eram relativamente iguais”, disse o Dr. Naftali Kaminski, professor de Medicina e chefe da Seção de Medicina Pulmonar, Cuidados Críticos e Medicina do Sono da Universidade Yale, nos Estados Unidos.
A equipe do Dr. Kaminski, em colaboração com uma equipe multinacional de pesquisadores e com o projeto Human Cell Atlas, uma iniciativa internacional para descrever todas as células do corpo humano, examinou as diversas características dessas células relativamente pouco estudadas.
Na análise de tecidos pulmonares saudáveis em 15.000 células endoteliais obtidas de 73 indivíduos, os pesquisadores estabeleceram um mapa de referência de células endoteliais no pulmão que ajudará a identificar anormalidades específicas que ocorrem em uma série de doenças pulmonares, incluindo a COVID-19. Os resultados foram publicados no último dia 25 de maio na revista científica Circulation. “Se você quiser voltar ao normal, precisa saber o que é o normal”, disse o Dr. Kaminski.
Para o estudo, a equipe integrou dados de sequenciamento de RNA de célula única gerados por vários grupos de colaboradores e aplicou métodos de aprendizado de máquina que lhes permitiram avaliar a atividade de dezenas de milhares de genes dentro de cada célula endotelial. Eles também foram capazes de analisar as interações e comunicações entre essas células e outras células do pulmão.
“É como o telescópio Hubble da biologia”, disse o Dr. Jonas Schupp, primeiro autor do artigo e pós-doutorando no laboratório do Dr. Kaminski em Yale. “Fomos capazes de identificar tipos de células que antes eram indistinguíveis, bem como aumentar a compreensão das descobertas feitas por outros pesquisadores.”
Além de identificar marcadores de células endoteliais e sua função em capilares, artérias, veias e sistema linfático, os pesquisadores também forneceram descrições detalhadas de duas novas populações de células endoteliais.
O artigo é acompanhado por um portal de mineração e disseminação de dados altamente interativo que permitirá aos cientistas explorar os dados sem serem especialistas em análise de dados. “Esperamos que a disponibilidade de nossos dados acelere o desenvolvimento de terapias específicas para células endoteliais em doenças pulmonares”, concluiu o Dr. Naftali Kaminski.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).
Fonte: Bill Hathaway, Universidade Yale.
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