Destaque
Pesquisadores identificam tumores de câncer colorretal em estágio inicial com prognóstico ruim
Uma equipe de pesquisa internacional identificou tumores colorretais ‘com perspectivas ruins’ em pessoas com câncer em estágio inicial, o que pode ajudar especialistas médicos a identificar e tratar melhor tumores agressivos.
A equipe formada por pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, do CRUK Beatson Institute e da Universidade Queens Belfast, no Reino Unido, encontrou uma característica de tumores colorretais em estágio inicial em camundongos e humanos, conhecida como sinalização TGFβ, que é ativa em células tumorais e é profundamente promotora de tumores.
Nesse grupo de pacientes, a sinalização epitelial do TGFβ previu a resistência ao tratamento, a agressividade e a letalidade do câncer.
Até agora, essas vias de sinalização que identificam os tumores ‘ruins’ só haviam sido encontradas em cânceres em estágio avançado. Acredita-se que seja a primeira vez que eles foram identificados no câncer colorretal em estágio inicial.
Globalmente, 1,9 milhão de casos de câncer colorretal foram diagnosticados em 2020, que devem crescer para 2,2 milhões até 2030.
Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo usou perfis moleculares para identificar tumores colorretais ‘nascidos para serem ruins’, que provavelmente progrediriam rapidamente devido à ativação da sinalização de TGFβ no epitélio do tumor.
O Dr. Dustin Flanagan, primeiro autor conjunto e pesquisador do Monash Biomedicine Discovery Institute, disse que as descobertas podem levar a tratamentos aprimorados e mais personalizados para pacientes com câncer colorretal que provavelmente sofrerão uma recaída.
Ele disse que a sinalização TGFβ efetivamente deu aos tumores ‘nascidos para serem ruins’ a ajuda de que precisavam para se tornarem realmente críticos. A identificação precoce desse recurso exclusivo pode prever fortemente se eles se tornarão agressivos.
“Isso sugere que as células tumorais com ‘potencial agressivo’ são pré-programadas desde um estágio inicial ou ‘nasceram para serem ruins’, em vez de adquirir essas qualidades ao longo do tempo. Isso desafia como normalmente pensamos sobre a progressão do câncer, mas também como e quando tratar os pacientes. Observamos pacientes diagnosticados com câncer de cólon em estágio inicial (Estágio I) e notamos que aqueles que iriam ter uma recaída tinham altos níveis de sinalização de TGFβ no epitélio do tumor”, destacou o Dr. Dustin Flanagan.
“A TGFβ é uma citocina que normalmente impede que as células cresçam fora de controle. Em outras palavras, é um supressor de tumor, principalmente nos estágios iniciais da doença. Mas se o câncer sofre mutação para se tornar insensível à TGFβ, então a TGFβ acaba se comportando como um promotor tumoral. Mostramos que as células tumorais com sinalização ativa de TGFβ estimulam vias adicionais de promoção do crescimento, expondo um calcanhar de Aquiles que podemos explorar com terapias direcionadas. Coletivamente, nossas descobertas têm grandes implicações para o prognóstico e manejo terapêutico do câncer colorretal”, continuou o pesquisador.
O Dr. Flanagan disse que ele e seus colegas estão agora colaborando com pesquisadores na Itália e no Reino Unido para traduzir as descobertas usando organoides derivados de pacientes e modelos de xenoenxertos (transplantes).
“Estamos ansiosos para testar se os mesmos mecanismos de doença (ou seja, a sinalização de TGFβ) usados por células de tumores primários do cólon também são adotados por células tumorais que migram para outros locais do corpo para estabelecer a doença metastática”, disse o Dr. Flanagan.
“Vamos explorar e identificar outros indicadores potenciais de câncer colorretal com prognóstico ruim, que possam ser aproveitados de maneira semelhante à sinalização ativa de TGFβ”, concluiu o pesquisador.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).
Fonte: Universidade Monash.
Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar