Destaque

Pesquisadores reconstituem epidemia de febre amarela em São Paulo por meio de técnicas genômicas

Fonte

Agência FAPESP

Data

quarta-feira. 7 outubro 2020 09:45

Normalmente restrito à região amazônica, o vírus da febre amarela circulou de forma atípica no Sudeste do país entre 2016 e 2018, causando as maiores epidemia e epizootia das últimas décadas. Segundo dados do Ministério da Saúde, em todo o Brasil, foram confirmados no período ao menos 2.251 casos da doença em humanos e outros 1.567 em macacos.

No Estado de São Paulo, de acordo com um estudo publicado na revista científica PLOS Pathogens, ocorreram três ondas epidêmicas/epizoóticas nesses anos, causadas por linhagens distintas do vírus. Na primeira, entre julho de 2016 e janeiro de 2017, o patógeno entrou pelo norte do Estado, provavelmente vindo de Minas Gerais, e se disseminou principalmente em cidades como São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. A segunda, um pouco mais intensa, começou em fevereiro de 2017 e durou até junho do mesmo ano, abrangendo desde a fronteira de Minas Gerais com Poços de Caldas até a região de Campinas. O maior número de casos, porém, foi registrado durante a terceira onda: entre julho de 2017 e fevereiro de 2018. Depois de chegar à capital, o vírus se disseminou para o Vale do Paraíba, ao norte, e para o Vale do Ribeira, ao sul, encontrando cidades com alta densidade populacional e baixo índice de vacinação, tornando-se um relevante problema de saúde pública.

As conclusões, descritas na revista por um grupo internacional de pesquisadores apoiado pela FAPESP, se baseiam na análise genômica de 51 isolados virais extraídos tanto de mosquitos coletados nas áreas afetadas como de macacos que morreram em decorrência da doença e foram encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz (IAL) por equipes do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).

“Com base na distribuição geográfica e temporal dos casos em primatas não humanos e também em análises filogenéticas [estudo das mutações no genoma viral que levam ao surgimento de novas linhagens] e filogeográficas [estudo dos processos que determinaram a distribuição geográfica das diferentes linhagens], foi possível identificar os momentos em que o vírus entrou no Estado de São Paulo, a taxa e a direção de propagação e todos os desdobramentos dessa circulação”, relatou à Agência FAPESP o Dr. Renato de Souza, pesquisador do IAL e um dos autores principais do artigo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Karina Toledo, Agência FAPESP.

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account