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Pesquisadores relacionam produção de enzima e estresse
Um artigo publicado recentemente na revista científica Nature relaciona a produção excessiva de uma enzima derivada de células do sistema imunológico a efeitos prejudiciais do estresse no cérebro. A publicação tem a Dra. Manuella Kaster, professora do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como coautora.
O estudo identificou interações entre o sistema imunológico e o cérebro em situação de estresse e na depressão. “O estresse tem efeitos profundos no corpo, incluindo no sistema imunológico e no cérebro. Embora um grande número de estudos associe alterações no sistema imunológico a distúrbios relacionados ao estresse, como a depressão, os mecanismos envolvidos ainda não eram bem compreendidos”, salienta a professora e pesquisadora. A equipe da pesquisa foi liderada pelo Dr. Scott Russo, pesquisador do Hospital Mount Sinai, em Nova York. A professora Manuella atuou na instituição como pesquisadora visitante, com apoio da UFSC, CNPq e Fulbright, entre os anos de 2019 e 2023.
O estudo demonstrou um papel importante para uma enzima específica de células circulantes do sistema imunológico, a metaloproteinase de matriz 8 (MMP8) – envolvida na reparação e renovação dos tecidos do corpo. O estresse induz um aumento na infiltração de células imunes no cérebro e na expressão de MMP8. Uma vez aumentada no cérebro, a MMP8 degradou proteínas que compõe a matriz extracelular, estrutura envolvida na adesão e comunicação celular. Como resultado, os camundongos do estudo apresentaram um prejuízo na conectividade neuronal e alterações comportamentais em uma região do cérebro envolvida com a motivação, prazer e recompensa.
“Observamos a mesma mudança em pacientes com depressão, o que demonstra que os resultados também são relevantes para humanos. A modulação de metaloproteinases derivadas de células imunes periféricas pode constituir um novo alvo terapêutico para distúrbios neuropsiquiátricos relacionados ao estresse”, apontou a professora.
Os pesquisadores buscam dar continuidade à pesquisa investigando sobre a interação entre o cérebro e o sistema imunológico nas doenças psiquiátricas. Segundo a professora Manuella, ainda são necessários mais estudos antes que estes resultados possam ser aplicados na prática clínica.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.
Fonte: UFSC.
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