Destaque
Possível novo fármaco contra câncer de pulmão tem resultados promissores no ICB-USP
Fonte
ICB-USP | Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo
Data
terça-feira. 29 novembro 2022 10:50
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) encontraram um possível novo medicamento para o câncer de pulmão: o composto NT157. Em testes in vitro, a molécula sintética mostrou-se capaz de atuar em diversos alvos da doença, inibindo a proliferação das células e potencialmente evitando a resistência a terapias, como a radioterapia, a quimioterapia e outras intervenções com medicamentos.
Publicado na revista Scientific Reports, o estudo foi conduzido pelo Laboratório de Biologia do Câncer e Antineoplásicos do Departamento de Farmacologia do ICB-USP em parceria com a Universidade Harvard, nos Estados Unidos. O NT157 é um candidato a fármaco que está em fase de testes em laboratórios com foco no câncer de pulmão. Em estudos anteriores, in vitro e em modelos animais, já se mostrou promissor com cânceres de mama, próstata e colorretal, entre outros.
“É a primeira vez que a NT157 é estudada para o câncer de pulmão. Com esse estudo, obtivemos a prova de que é um medicamento eficaz, pois ele interrompe a IGF-1, uma via celular que proporciona o crescimento dos tumores, e inibe a expressão de genes da via AXL, que proporciona o desenvolvimento de resistência aos medicamentos — inibição essa que detalhamos em primeira mão”, explicou o professor Dr. João Agostinho Machado Neto, coordenador do estudo. “Pelo fato do composto atuar em múltiplos alvos [em mais de uma célula e mais de um receptor], é mais difícil que as células cancerosas desenvolvam resistência”, acrescentou.
Os experimentos em laboratório foram todos desenvolvidos no ICB-USP. Os pesquisadores de Harvard auxiliaram com sugestões de novos experimentos e guiando as discussões dos resultados e o planejamento de novos estudos. Entre as principais contribuições do grupo americano está a concepção da ideia de unir o NT157 ao gefitinibe, um medicamento já utilizado contra o câncer de pulmão. “Apontamos que o efeito do NT157 é potencializado quando é aplicado em conjunto com o gefitinibe, abrindo possibilidade para novas combinações terapêuticas”, destacou Lívia Bassani Lins de Miranda, doutoranda do laboratório e autora do trabalho.
Apesar da redução do tabagismo nos últimos anos, o número de casos de câncer de pulmão não tem diminuído, por influência da poluição do ar em regiões urbanas. Trata-se do câncer que mais mata homens e o segundo que mais mata mulheres no mundo. Isso pode ser explicado pela falta de opções terapêuticas.
“O acesso ao tratamento depende das mutações que o paciente tem. Existem pacientes que são aptos a cirurgias, que é a forma mais eficaz de curar a doença, principalmente quando são diagnosticados precocemente. E há pacientes que não são aptos nem à cirurgia e nem aos medicamentos mais eficazes, e precisam utilizar fármacos com alta toxicidade e uma eficácia questionável”, completou o professor João Machado Neto.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Fonte: Gabriel Martino, ICB-USP.
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