Destaque

Professores da Unesp integram novo INCT destinado ao monitoramento genômico de vírus para identificação de possíveis ameaças à saúde humana

Fonte

Jornal da Unesp

Data

domingo. 21 janeiro 2024 14:35

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), anunciou no final de 2023 a disponibilização de financiamento para um Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT) em Vigilância Genômica de Vírus e Saúde Única, projeto que terá a participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Os INCTs têm como característica principal a formação de projetos de pesquisa de longo prazo em redes de cooperação científica para o desenvolvimento de trabalhos de alto impacto, com formação qualificada de recursos humanos para a área estudada. Em geral, por tratarem de temáticas complexas, pesquisadores e bolsistas de um INCT se estruturam em subprojetos descentralizados em diferentes laboratórios e centros integrantes de uma grande rede de pesquisa. O INCT em Vigilância Genômica de Vírus e Saúde Única, batizado de INCT-One, já nasce com a proposta de alguns focos específicos, incluindo arboviroses (viroses transmitidas por mosquitos) e influenzas, mas o objetivo é adotar a perspectiva mais ampla possível para monitorar simultaneamente diversos agentes virais.

Sob a coordenação central do professor Dr. Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, o INCT-One reúne grupos de pesquisa brasileiros e estrangeiros em torno da vigilância de agentes virais em humanos e animais, viabilizando uma colaboração entre cientistas de universidades de quatro estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo) e de instituições da Alemanha, dos Estados Unidos e do Reino Unido. A previsão é que a rede em torno deste INCT atue, ao menos, durante os próximos cinco anos.

Desde a pandemia do SARS-CoV-2, o avanço de agentes virais é acompanhado pela comunidade científica internacional com especial atenção. É o caso, por exemplo, da H5N1, popularmente chamada de gripe aviária, que causa alguma apreensão pela possibilidade de que possa tornar-se uma ameaça aos humanos. “Nós temos o interesse de estudar, monitorar e caracterizar, do ponto de vista genético, vírus presentes em animais silvestres, com enfoque especial naqueles com potencial para serem transmitidos para a espécie humana”, disse o Dr. Fernando Spilki.

E a influenza aviária já é objeto de atenção especial por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária – o Brasil é classificado como país livre de influenza aviária em aves de produção comercial. Segundo um painel disponível ao público no site do ministério, desde o primeiro semestre de 2023 foram notificadas no país 151 investigações com resultado laboratorial positivo para o vírus, em um universo de 2.574 investigações (algumas ainda em andamento). Quase a totalidade dos casos positivos se refere a aves silvestres.

Lista de prioridades será dinâmica

De acordo com o professor Fernando Spilki, no momento os arbovírus estão em maior destaque na ‘lista de prioridades’ de vírus a serem estudados, já que afligem a saúde humana. Doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika são arboviroses bastante conhecidas e que já afetam a vida humana em áreas urbanas com alta densidade populacional.

O Dr. João Pessoa Araújo Junior, professor do Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Unesp, líder de um grupo de pesquisa residente no Instituto de Biotecnologia (Ibtec) da Unesp e vice-coordenador do INCT-One no estado de São Paulo, destacou a importância do estudo aprofundado dos arbovírus dentro do programa: “É importante verificar o quanto os vírus da dengue, zika e febre amarela estão evoluindo, e se podem adquirir novos hospedeiros e novas formas patogênicas. É preciso também monitorar também a chegada de novos vírus ao Brasil, como o vírus do oeste do Nilo”, disse o pesquisador.

O trabalho de vigilância de agentes virais costuma ser conduzido de duas formas distintas, e por vezes complementares: a vigilância ativa e a decorrente. Na primeira, são coletadas amostras de sangue de animais silvestres saudáveis e busca-se nelas a presença de vírus que serão isolados, e assim se monitora a eventual presença de doenças. A outra via é a análise de agentes infecciosos de animais e humanos que sabidamente estejam doentes, a fim de entender de que tipo de vírus se trata e qual pode ser a sua evolução.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unesp.

Fonte: Nathan Sampaio, Jornal da Unesp.

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