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Proteína ligada a doenças neurodegenerativas pode ser caminho para apontar gravidade de câncer no cérebro
Uma proteína que tem sido amplamente estudada por estar associada a doenças neurodegenerativas, como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), também tem ligação com um tipo de câncer do sistema nervoso central: o meduloblastoma. Esse tumor no cérebro é um dos mais comuns e agressivos em crianças e surge de células indiferenciadas durante o desenvolvimento neuronal.
Estudo liderado por um grupo de cientistas brasileiros demonstrou, in vitro e in vivo, que o gene VAPB está relacionado à proliferação dessas células tumorais. A descoberta foi publicada na revista Scientific Reports.
O resultado apontou um potencial marcador para avaliar a gravidade desse tipo de câncer e, com novas investigações, até mesmo um futuro alvo terapêutico. Atualmente, o tratamento de meduloblastoma requer uma combinação de cirurgia, para a retirada do tumor, com radioterapia ou quimioterapia, geralmente agressivo e que pode deixar sequelas nos pacientes.
A VAPB (sigla em inglês para Vesicle-associated membrane protein-associated protein B/C) é uma proteína de membrana do retículo endoplasmático que desempenha um papel importante em processos celulares, especialmente no metabolismo lipídico e no transporte intracelular.
A pesquisa concluiu que a alta expressão de VAPB no meduloblastoma se correlaciona com a diminuição da sobrevida dos pacientes. Isso porque a proteína se mostrou necessária para a proliferação de células do câncer – um aumento exacerbado pode levar a uma doença ainda mais agressiva. Por outro lado, a inativação da VAPB por meio de um processo chamado nocaute, via tecnologia de edição gênica CRISPR/Cas9, atrasou a progressão do ciclo celular.
“Esses resultados trazem um novo tema para melhor compreensão das bases moleculares de doenças neurológicas. A pesquisa tem uma grande novidade que é a ligação dessa proteína associada à neurodegeneração também com desenvolvimento de tumor. Havia estudos mostrando a expressão dela em tumor de mama, mas ainda não ligada a câncer do sistema nervoso central”, disse o Dr. Oswaldo Keith Okamoto, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Luciana Constantino, Agência FAPESP.
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