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Revista Reciis lança dossiê sobre pandemias no mundo contemporâneo no último número de 2020
Em meio às incertezas de futuro que a emergência sanitária de COVID-19 descortina, recorre-se ao passado para nele analisar os processos culturais, as mentalidades, o imaginário e as estruturas sociais que ainda sobrevivem no tempo. O último número de 2020 da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis) traz o dossiê Comunicação, Saúde e Crises Globais. Considerando os contextos socioculturais de cada momento histórico, a coletânea reúne trabalhos de autores que analisam as tensões e as desigualdades sociais, os processos moralizadores e as desconfianças das informações que se revelaram nas grandes epidemias e pandemias ocorridas no mundo contemporâneo.
Conforme os editores convidados Ravindra Kumar Vemula e Allan Santos, o dossiê procura refletir, numa perspectiva histórica, sobre as epidemias com intenção de encontrar a diferença em meio às repetições.
Na seção Notas de Conjuntura, Nick Couldry e Ulises Ali Mejías lembram dos 40 anos do relatório MacBride (Um mundo e muitas vozes) publicado pela Unesco. O documento apelou a uma nova Ordem Mundial de informação e Comunicação para desafiar o domínio do Ocidente sobre a infraestrutura de mídia global de televisão, rádio, imprensa e cinema. A partir das questões defendidas no relatório, os autores propõem uma discussão sobre as contemporâneas infraestruturas das mídias em relação aos dados de saúde que colocam questões à liberdade humana. Nesta perspectiva, os autores convocam a ideia de capitalismo de vigilância para nomear o movimento de apropriação das informações pessoais em rede de “colonialismo dos dados”, em que a própria vida se configura como um território da extração econômica.
Em outra análise conjuntural, Giuseppe Cuocco traz uma reflexão sobre as biopolíticas frente à pandemia de COVID-19 em alguns países do mundo para pensar sobre as ações dos governos latino-americanos, principalmente do Brasil. Entre a eugenia sueca e a vacina como solução, destaca a performance “caça ao vírus”, desempenhada pelo governo da Coreia do Sul, a qual faz uso de aplicativos tecnológicos de mapeamento de contato das pessoas na quarentena e alta capacidade de testagem. Conforme Giuseppe Cuocco, num cenário de pandemia sanitária e pandemônio político, no qual ocorre a corrupção das palavras, não se deve pensar em falta de comunicação, mas naquilo que realmente lhe falta: a criatividade.
Acesse o último número de 2020 da Reciis.
Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.
Fonte: Roberto Abib, Icict/Fiocruz.
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