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Simulações por computador alertam sobre uso da metformina para tratamento do câncer: promissora em alguns casos, pode ser potencialmente perigosa em outros
Usando simulações de drogas em computador, pesquisadores descobriram que os médicos precisam ser cautelosos ao prescrever um tratamento específico para alguns tipos de câncer e pacientes. A metformina, tradicionalmente prescrita para diabetes, tem sido também usada em ambientes clínicos como tratamento de câncer nos últimos anos. Os pesquisadores dizem que, embora a metformina seja muito promissora, também pode ter consequências negativas para alguns tipos de câncer.
“A metformina é uma droga maravilhosa, e estamos apenas começando a entender todos os seus possíveis benefícios”, disse Mehrshad Sadria, doutorando em Matemática Aplicada na Universidade de Waterloo, no Canadá. “Os médicos precisam examinar o valor do medicamento caso a caso, porque para alguns tipos de câncer e alguns perfis de pacientes, ela pode realmente ter o efeito oposto ao pretendido, protegendo as células tumorais contra o estresse”.
Os tratamentos simulados por computador usam modelos que replicam tanto a droga quanto as células cancerígenas em um ambiente virtual. Esses modelos podem dar a estudos clínicos em humanos uma vantagem considerável e podem fornecer insights para médicos que levariam muito mais tempo para serem descobertos em campo.
“Em ambientes clínicos, as drogas às vezes podem ser prescritas por tentativa e erro”, disse a Dra. Anita Layton, professora de Biologia Matemática e Medicina na Universidade de Waterloo. “Nossos modelos matemáticos ajudam a acelerar os estudos clínicos e remover algumas suposições. O que vemos com esta droga é que ela pode fazer muito bem, mas precisa de mais estudos”.
Os pesquisadores dizem que seu trabalho mostra a importância da medicina de precisão ao considerar o uso de metformina para câncer e outras doenças. A medicina de precisão é uma abordagem que pressupõe que cada paciente requer avaliação e tratamento médico individualizado.
“As doenças e os tratamentos são complicados. Tudo sobre o paciente importa, e mesmo pequenas diferenças podem ter um grande impacto no efeito de uma droga, como idade, sexo, perfis genéticos e epigenéticos. Todas essas variáveis são importantes e podem afetar o resultado do medicamento em um paciente. Além disso, nenhum medicamento funciona para todos, então os médicos precisam examinar cada paciente de perto ao considerar tratamentos como a metformina”.
O estudo foi publicado na revista científica BioMed Central Cancer.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Waterloo (em inglês).
Fonte: Universidade de Waterloo.
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