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Tecnologia da Unicamp usa argila na produção de ‘escudo’ para antibióticos
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma estratégia mais sustentável para separar e purificar o ácido clavulânico. Esse importante fármaco age como escudo protetor de antibióticos no combate a bactérias resistentes. A invenção propõe o uso de um insumo natural à base de argila aniônica, conhecido também como hidróxido duplo lamelar (HDL), em substituição ao que é usado pela indústria. Atualmente, esse processo é feito com resinas químicas.
“Nossa tecnologia propõe a substituição dessas resinas químicas por substâncias menos agressivas ao meio ambiente e mais interessantes do ponto de vista econômico, tendo em vista que estão disponíveis na natureza”, explicou o Dr. Marcus Bruno Soares Forte, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e um dos inventores da tecnologia.
O trabalho de pesquisa foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Metabólica e Bioprocessos da FEA, dentro de um projeto temático da FUndação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e resultou no depósito de um pedido de patente. Com o apoio da Agência de Inovação da Unicamp, a tecnologia está disponível para o licenciamento de empresas interessadas em aplicar o sistema em suas linhas de produção.
Antibiótico dos antibióticos
O aumento da resistência bacteriana a antibióticos traz cada vez mais preocupação para a área da saúde. O relatório anual “Antibacterial Pipeline”, divulgado em abril pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta para a crescente ameaça à capacidade de tratarmos infecções bacterianas com sucesso. De acordo com o organismo internacional, o mundo ainda não conseguiu desenvolver os tratamentos antibacterianos necessários. Nesse cenário, trabalhos voltados para a produção de ácido clavulânico se apresentam importantes pela capacidade desse composto auxiliar na eficiências de medicamentos já existentes.
“A gente sabe que o problema da resistência que vem sendo observada em vários microrganismos é, em parte, devido ao mau uso dos antibióticos. O ácido clavulânico age justamente diminuindo a adaptação desses microrganismos. Ele é um antibiótico, mas tem como principal função diminuir a resistência das bactérias a uma classe específica de antibióticos da qual faz parte”, explicou o Dr. Francisco Maugeri Filho, professor da FEA que juntamente com a professora Dra. Maria Isabel Rodrigues também integram o quadro de inventores da patente.
O ácido clavulânico é um potente inibidor de enzimas conhecidas como beta-lactamases que degradam e desativam as propriedades antibacterianas de alguns medicamentos para o tratamento de infecções. Quando associado a outros fármacos, ele cria um mecanismo de defesa que ‘engana’ e protege o antibiótico do ataque das bactérias, potencializando sua ação. Por essas características, o ácido clavulânico aplicado pela indústria farmacêutica na sua forma de sal, chamado de clavulanato de potássio, tem sido usado com antibióticos beta-lactâmicos, como a amoxicilina.
Acesse a notícia completa na página da Agência de Inovação (Inova) da Unicamp.
Fonte: Ana Palazi, Agência de Inovação (Inova) da Unicamp.
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