Destaque

Testes em laboratório esclarecem mecanismos biológicos protetores envolvidos na psoríase

Fonte

Jornal da USP

Data

sábado. 30 outubro 2021 16:10

Experimentos em camundongos de laboratório realizados na Universidade de Zurique (UZH), Suíça, demonstraram que a citocina (proteína que modula a função de células) IL-12 tem um papel protetor na psoríase, doença dermatológica autoimune. Esse é o primeiro estudo que demonstra o mecanismo pelo qual a citocina IL-12 exerce um papel benéfico na doença, informação importante para orientar a prática clínica e entender a eficácia de diferentes medicamentos contra a doença.

Por muito tempo acreditou-se que a IL-12 tinha um efeito pró-inflamatório na psoríase, pois apresenta na sua estrutura uma proteína chamada p40, que tem sido alvo farmacológico com elevado sucesso terapêutico em pacientes com psoríase. Porém, estudos mais recentes demonstram que, na verdade, esse efeito se deve ao bloqueio de outra citocina, a IL-23, que compartilha essa mesma subunidade estrutural. O bloqueio farmacológico específico da IL-23 tem um efeito terapêutico superior ao bloqueio da subunidade compartilhada pelas duas citocinas.

Além disso, estudos em modelos experimentais de psoríase demonstraram que o bloqueio específico da IL-12 exacerba a inflamação de pele, demonstrando que essa citocina, na verdade, desempenha um papel protetor na doença.

O novo estudo, publicado na revista científica Science Immunology e de coautoria do pesquisador Bruno Marcel Silva de Melo, mestre em Imunologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), explica o papel positivo da IL-12 durante a doença.

O teste consistiu em duas partes. A primeira foi localizar as regiões do organismo com maior presença de receptores da IL-12. Essa análise apontou aos pesquisadores dois subgrupos de células: as gama delta e os queratinócitos. Em seguida, os pesquisadores usaram tecnologias de edição gênica para deletar especificamente o receptor da IL-12 nas células gama delta de um grupo de ratos de laboratórios e nos queratinócitos de outro grupo.

Os camundongos deficientes para o receptor de IL-12 nos queratinócitos apresentaram maior resposta inflamatória na pele, comparados aos animais deficientes para o mesmo receptor nas células gama delta ou nos animais controle, demonstrando que a IL-12 exerce um papel protetor na psoríase através dos queratinócitos, explicou Bruno Silva de Melo. Bruno participou dos experimentos como parte de seu doutorado-sanduíche na UZH, orientado pelos professores Dr. José Carlos Farias Alves Filho, da FMRP-USP, e Dr. Burkhard Becher, da UZH.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Sebastião Moura, Jornal da USP, FMRP.

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