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Vacina oral contra Sars-CoV-2 usa bactérias para induzir anticorpos
Bactérias que apresentam proteínas do vírus SARS-CoV-2 em sua superfície são a base de uma potencial vacina oral que está sendo estudada por pesquisadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e do Instituto de Tecnologia Química e Biológica Antônio Xavier (ITQB NOVA) da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, num esforço conjunto para encontrar mais ferramentas para lutar contra a atual pandemia. A segunda fase do estudo irá avaliar a qualidade da resposta do sistema imunológico e o poder de proteção contra a infecção conferido ao organismo após a vacina.
As principais armas de combate à pandemia disponíveis incluem a vacinação para imunização e as medidas de proteção individual. Embora já com várias opções de vacinas no mercado, as limitações de produção e a disponibilização universal ainda são um desafio.
A ideia de desenvolver uma vacina oral que usa bactérias não é nova e pode ser rapidamente escalável, com custos reduzidos, permitindo chegar a mais pessoas em países onde as cadeias de refrigeração e a capacidade de aplicação das vacinas pode ser limitada. Há vários anos que no IGC e no ITQB NOVA se estudam as diferentes bactérias com que coabitamos e o potencial de algumas para induzirem a produção de anticorpos que confiram proteção a doenças. A descoberta de que uma bactéria modificada pode levar o seu hospedeiro a desenvolver anticorpos que o protegem contra a malária, a capacidade de desencadear uma resposta imunológica a partir do intestino, e o estudo da capacidade dos esporos bacterianos atuarem como veículos para o transporte de proteínas de interesse foram estudos anteriores determinantes para motivar o projeto de uma nova vacina.
Em conjunto, os pesquisadores dos dois Institutos produziram uma bactéria recombinante que produz esporos com uma parte da proteína Spike do vírus SARS-CoV-2 em sua superfície. A parte da proteína Spike em questão é responsável pela ligação do vírus ao hospedeiro e também aquela que pode desencadear uma resposta imunológica protetora. “Os resultados dos primeiros ensaios são muito promissores e levam-nos a avançar para a fase seguinte, em que vamos avaliar a quantidade necessária de esporos a administrar ao hospedeiro, para garantir a resposta adequada, e testá-la num modelo animal exposto ao vírus para aferir a capacidade de responder à doença”, explicou a Dra. Isabel Gordo. A grande vantagem desta solução é que a “produção em elevados números é extremamente fácil, os custos são reduzidos e é facilmente modificada a estrutura da Spike introduzida, uma vantagem quando temos mutações do vírus a emergir e é preciso ajustar as vacinas” acrescentou a Dra. Isabel.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Nova de Lisboa.
Fonte: Universidade Nova de Lisboa.
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