Notícia

Dor crônica: mais da metade dos pacientes não segue tratamento

Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto procurou saber as razões que levam os pacientes crônicos a abandonar o tratamento prescrito

Freepik

Fonte

Universidade do Porto

Data

quinta-feira, 9 julho 2020 11:00

Áreas

Dor. Neurociências.

O tratamento da dor crônica é feito frequentemente com o uso de medicamentos, no entanto, mais de 50% dos doentes não toma a medicação conforme as indicações do médico. Esta foi uma das principais conclusões de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que procurou compreender e descrever os motivos que levam os pacientes a abandonar o tratamento prescrito.

A pesquisa acompanhou durante um ano um total de 562 pacientes, que foram encaminhados para uma primeira consulta nas Unidades de Dor dos cinco hospitais do grande Porto. Os resultados evidenciaram que cerca de 37% dos doentes deixou de seguir um dos tratamentos ou alterou a dosagem ao final de 7 dias. A taxa de “não adesão” aumentou para mais de 50% durante os 12 meses de avaliação, “comprometendo a persistência dos tratamentos”, explicam os autores do trabalho.

“A não adesão significa que um paciente decidiu, ao longo deste período, não seguir a prescrição do médico, seja por não tomar um determinado medicamento ou por alterar as doses e ou horários”, esclareceu a Dra. Rute Sampaio, pesquisadora e professora da FMUP.

Motivos alegados pelos pacientes

Entre os fatores que motivaram a não adesão dos doentes aos tratamentos, os pesquisadores identificaram 13 categorias diferentes. “Constrangimentos financeiros”, “comunicação pobre com o profissional de saúde”, “efeitos secundários percebidos” e “percepção de baixa necessidade” foram algumas das justificativas dadas pelos pacientes.

Os pesquisadores constataram também que alguns desses motivos se relacionavam com os diferentes grupos farmacoterapêuticos específicos para a dor crônica. Por esse motivo, acreditam que esta identificação “poderia fornecer informações confiáveis para desenvolver novas intervenções para prevenir e reduzir comportamentos de não adesão.”

Os autores consideram que “ainda há um longo caminho a percorrer na área da Adesão Terapêutica”. “Dar informação clara e concisa; simplificar o regime terapêutico; melhorar a comunicação médico-paciente e promover a motivação para comportamentos de saúde, podem ser alguns dos caminhos a seguir para melhorar a adesão dos doentes aos tratamentos prescritos”, concluiu a Dra. Rute Sampaio.

O estudo foi publicado na revista científica Patient Preference and Adherence.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Daniel Dias e Olga Magalhães, FMUP. Imagem: Freepik.

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