Notícia

Nanopartículas personalizadas regridem tumores quando expostas à luz

Fonte

Universidade Estadual da Pensilvânia

Data

quarta-feira, 8 julho 2020 14:50

Áreas

Biologia. Oncologia. Terapia Genética.

Uma nanopartícula exclusiva para o tratamento de câncer localizado inibe o crescimento de tumores em animais, de acordo com uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (PennState), nos Estados Unidos.

As nanopartículas, desenvolvidas pelo Dr. Daniel Hayes, professor de engenharia biomédica da PennState, possuem uma química específica que permite que um microRNA (miRNA) se ligue a elas. Um miRNA é uma molécula que, quando emparelhada com um RNA mensageiro (mRNA), impede sua operação. Nesse caso, proíbe o mRNA em uma célula cancerígena de criar proteínas, que são essenciais para a sobrevivência dessa célula cancerígena.

Em seu estudo, os pesquisadores entregaram nanopartículas para as células cancerígenas de camundongos através de uma terapia intravenosa. Uma vez que as nanopartículas se acumularam na área cancerosa, os pesquisadores usaram um comprimento de onda específico da luz para separar o miRNA das nanopartículas. O miRNA então se emparelha com um mRNA na célula cancerosa, fazendo com que o mRNA pare de produzir proteínas. Eventualmente, a célula cancerígena morre. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Biomaterials.

“Esse método de entrega fornece especificidade espacial e temporal”, disse o Dr. Adam Glick, professor de toxicologia molecular e carcinogênese. “Em vez de ter entrega sistêmica de um miRNA, com os efeitos colaterais associados, você é capaz de entregar o miRNA para uma área específica do tecido em um momento específico, expondo-o à luz”, destacou o pesquisador.

O Dr. Daniel Hayes ressaltou que ter especificidade espacial e temporal é importante quando se lida com tratamentos contra o câncer: “O miRNA pode ter efeitos muito diferentes em diferentes tipos de tecido, o que pode levar a efeitos colaterais e toxicidade indesejados. A entrega e a ativação do miRNA apenas no local do tumor reduzem esses efeitos colaterais e podem aumentar a eficácia geral do tratamento”.

Usando esse método, Yiming Liu, estudante de engenharia biomédica do Laboratório do Dr. Hayes, conseguiu mostrar que tumores de pele em cerca de 20 camundongos que receberam nanopartículas acopladas ao miRNA e expostos à luz regrediram completamente dentro de 24 a 48 horas e não voltaram a crescer. Além disso, o miRNA específico que os pesquisadores estão usando pode ser mais eficaz para matar células cancerígenas do que outros métodos semelhantes.

“O que é diferente [nessa técnica] como terapia é que o miRNA que estamos usando pode regular um amplo conjunto de genes e é particularmente poderoso para tratar uma doença heterogênea como o câncer”, disse Yiming Liu.

Isso pode significar que a eficácia geral de matar uma célula cancerígena é maior porque o tratamento está atacando vários pontos dessa célula. Também pode levar a uma diminuição da capacidade de uma célula cancerosa de se tornar resistente ao tratamento porque o miRNA é capaz de emparelhar com mRNAs diferentes na célula cancerosa, diversificando as maneiras pelas quais ele pode impedir a célula de produzir proteínas.

Os tipos de câncer que podem responder a esse tipo de tratamento incluem câncer na cavidade oral, no sistema gastrointestinal ou na pele – em qualquer lugar que possa ser exposto à luz por meio de um cabo de fibra óptica.

“Gostaríamos de desenvolver [essa técnica] ainda mais para tumores internos que são mais significativos em termos de mortalidade, como câncer de esôfago”, concluiu o Dr. Adam Glick.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual da Pensilvânia (em inglês).

Fonte: Kevin Sliman, Universidade Estadual da Pensilvânia. Imagem: Getty Images.

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