Notícia

Estudo genético revela como as bactérias do microbioma gastrointestinal ajudam a nos manter saudáveis

Fonte

Universidade de Glasgow

Data

segunda-feira, 22 abril 2019 17:20

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Uma equipe internacional de cientistas, liderada pela Universidade de Glasgow, no Reino Unido,  anunciou um novo avanço em nossa compreensão de como as bactérias em nosso intestino podem proporcionar benefícios positivos à saúde. As descobertas inovadoras, publicadas na revista científica Nature Chemical Biology, fornecem evidências de que pode ser possível projetar drogas que imitem esses benefícios positivos à saúde de uma maneira que possa ser usada para tratar doenças como o diabetes tipo 2.

Sabe-se que bactérias no intestino podem proporcionar benefícios positivos à saúde; no entanto, o mecanismo pelo qual as bactérias intestinais funcionam não está claro. Os cientistas acham que uma das possibilidades é que as bactérias do intestino, ao fermentarem amidos em alimentos como aveia e leguminosas, produzem compostos chamados ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs). Um desses AGCCs é o ácido acético – o principal componente do vinagre.

Uma vez produzidos, esses AGCCs ativam proteínas receptoras específicas em nosso corpo e esses receptores, uma vez ativados, podem proporcionar benefícios para a saúde. Em um estudo de quatro anos, a equipe da Universidade de Glasgow usou uma combinação de genética e farmacologia para verificar se uma dessas proteínas receptoras – chamadas de receptores 2 de ácidos graxos de cadeia curta, ou FFA2 – quando ativada seletivamente por drogas, gerava respostas no corpo que sustentariam os benefícios para a saúde das bactérias intestinais.

O Dr. Andrew Tobin, professor de Farmacologia Molecular do Instituto de Biologia Molecular e Biologia de Sistemas da Universidade, disse: “Através de um engenhoso truque genético, conseguimos determinar em primeiro lugar que os níveis de glicose em nosso sangue e gordura em nossos corpos podem ser controlados por bactérias intestinais. Isso é feito através de uma proteína receptora específica em nosso corpo, e acreditamos que os benefícios positivos à saúde das bactérias intestinais podem ser imitados por drogas que ativam essa proteína receptora. ”

Os cientistas acreditam que, não apenas os FFA2, que normalmente são ativados pelo ácido acético gerado pelas bactérias do intestino, controlam esses importantes processos para nossa saúde e bem-estar, mas também que essa proteína receptora pode ser um alvo para o desenvolvimento de novos medicamentos para doenças em que a nossa resposta à ingestão de alimentos é disfuncional, como no diabetes tipo 2.

“Nosso estudo não só avança nossa compreensão básica de como o microbioma intestinal funciona na saúde e bem-estar, mas também fornece a estrutura para projetar drogas que podem imitar os benefícios para a saúde do microbioma intestinal.”, enfatiza o pesquisador. E conclui: “Enquanto muitas pessoas tentam capturar os benefícios de saúde do microbioma intestinal através dos probióticos, nosso estudo indica que podemos contornar as bactérias em nosso intestino e atacar diretamente os receptores de nossos corpos com drogas que imitam as bactérias intestinais para proporcionar benefícios à saúde em doenças como o diabetes tipo 2 ”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Glasgow (em inglês).

Fonte: Universidade de Glasgow. Imagem: Divulgação, Universidade de Glasgow.

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