Notícia

Exame de sangue poderá prever risco futuro de leucemia

A leucemia é muitas vezes o resultado da interrupção do equilíbrio fino na produção de células sanguíneas, onde novas células são produzidas e células sanguíneas velhas morrem

Donald Bliss via National Cancer Institute (USA) Visuals

Fonte

Universidade de Glasgow

Data

quinta-feira, 7 julho 2022 06:10

Áreas

Biologia. Biomedicina. Células-tronco. Diagnóstico. Genética. Genoma. Hematologia. Laboratórios. Microbiologia. Oncologia. Saúde do Idoso.

Um exame de sangue poderá prever o risco de desenvolver leucemia na população idosa com anos de antecedência, identificando alterações na produção de células sanguíneas, de acordo com uma nova pesquisa. Ao identificar aqueles em maior risco, deverá ser possível fornecer tratamento preventivo ou precoce no futuro para melhorar os resultados dos pacientes, afirmaram os especialistas.

A leucemia é muitas vezes o resultado da interrupção do equilíbrio fino na produção de células sanguíneas, onde novas células são produzidas e células sanguíneas velhas morrem. À medida que envelhecemos, as mutações nas células-tronco do sangue podem fazer com que as células alteradas possam ter um benefício de crescimento em relação a outras células do sangue e assim superá-las, o que é chamado de fitness advantage.

Pesquisadores das Universidades de Edimburgo e da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, investigaram como as mudanças na fitness advantage que ocorrem na produção do sangue podem fornecer pistas sobre o risco de desenvolver leucemia, dependendo do tipo de mutação que ocorre.

O Dr. Tamir Chandra, pesquisador do Instituto de Genética e Câncer da Universidade de Edimburgo, explicou: “Medimos alterações nas amostras de sangue de 83 indivíduos mais velhos das ‘Coortes de Nascimento de Lothian’, tomadas a cada três anos durante um período de 12 anos. Usando o conhecimento combinado de matemáticos, biólogos e cientistas do genoma, partimos para entender o que essas mudanças significam para nosso risco de desenvolver leucemia à medida que envelhecemos”.

As ‘Coortes de Nascimento de Lothian 1921 e 1936’ são estudos longitudinais do cérebro, envelhecimento cognitivo e envelhecimento geral que acompanharam indivíduos a cada 3 anos entre as idades de 70 e 82 anos para a coorte 1921 e as idades de 79 a 92 anos para a coorte 1936.

A equipe então combinou esses dados genômicos complexos com um algoritmo de aprendizado de máquina para vincular diferentes mutações a diferentes velocidades de crescimento de células-tronco sanguíneas portadoras dessas mutações.

Os pesquisadores descobriram que mutações específicas levam a fitness advantages distintas para células-tronco acessadas em pessoas sem leucemia, e isso pode ser usado para prever a rapidez com que as células mutantes crescerão, o que determina o risco de leucemia. Mas a equipe disse que mais pesquisas são necessárias para validar esses resultados em uma população maior devido ao tamanho amostral limitado do estudo atual.

“Ao conhecer o risco de um paciente desenvolver leucemia, os médicos podem agendar intervalos mais curtos entre as consultas para o tratamento precoce, com maior probabilidade de sucesso”, disse a Dra. Kristina Kirschner, coautora principal e professora sênior do Instituto de Ciências do Câncer da Universidade de Glasgow.

“Para entender o risco de leucemia, precisamos considerar o equilíbrio entre as diferentes células envolvidas na produção de células sanguíneas e como esse equilíbrio muda à medida que envelhecemos. Ao vincular dados genômicos com aprendizado de máquina, conseguimos prever o comportamento futuro das células sanguíneas com base nas mutações que elas desenvolvem”, concluiu o Dr. Linus Schumacher, coautor principal e membro do Centro de Medicina Regenerativa da Universidade de Edimburgo.

Os resultados foram publicados na revista científica Nature Medicine.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Glasgow (em inglês).

Fonte: Universidade de Glasgow. Imagem: ilustração de células sanguíneas: os discos bicôncavos são glóbulos vermelhos ou eritrócitos (hemácias); o glóbulo branco com o núcleo roxo escuro é um neutrófilo, enquanto os objetos pontiagudos menores são plaquetas. Fonte: Donald Bliss via National Cancer Institute (USA) Visuals.

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