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Anticoncepcionais orais, terapia hormonal na menopausa e risco de acidente vascular cerebral

Anticoncepcionais orais e a terapia hormonal na menopausa podem aumentar o risco de AVC, principalmente durante o primeiro ano de uso

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Fonte

Universidade Uppsala

Data

sexta-feira, 8 julho 2022 06:10

Áreas

Bioquímica. Cardiologia. Farmacologia. Metabolismo. Saúde Pública.

Um novo estudo da Universidade Uppsala, na Suécia, mostrou que anticoncepcionais orais e a terapia hormonal na menopausa podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC). O risco aumentado é maior durante o primeiro ano de tratamento e depois diminui. O estudo, publicado na revista científica Stroke, é baseado em dados de mais de 250 mil mulheres do banco de dados UK Biobank.

“As mulheres que começaram a tomar anticoncepcionais orais tiveram o dobro do risco de sofrer um AVC, mas apenas durante o primeiro ano de uso. Se elas continuassem tomando anticoncepcionais orais, o risco diminuía e, após mais de um ano de uso, não observamos mais nenhum risco aumentado”, disse Therese Johansson, doutoranda do Departamento de Imunologia, Genética e Patologia da Universidade Uppsala e uma das principais pesquisadoras do estudo.

Olhando para o mundo inteiro, o AVC é a segunda causa mais comum de incapacidade e morte prematura, o que equivale a 11% do número total de mortes a cada ano. O AVC é causado pela alteração do fluxo sanguíneo para o cérebro, seja devido a um bloqueio causado por um coágulo sanguíneo ou a uma hemorragia cerebral.

Terapia hormonal na menopausa

Os chamados hormônios exógenos contendo estrogênio podem ser tomados como contraceptivos orais para proteger contra gravidez indesejada, ou como terapia hormonal durante a menopausa para compensar a perda de estrogênio que ocorre naquele momento. A terapia hormonal ajuda a reduzir muitos sintomas da menopausa, incluindo ondas de calor, secura vaginal e alterações de humor.

O estrogênio demonstrou ter um efeito protetor na saúde vascular, mas também está associado ao aumento do risco de coágulos sanguíneos.

No estudo, os pesquisadores compararam a incidência de AVC, bem como os subtipos específicos (AVC isquêmico ou hemorrágico), entre mulheres que tomaram hormônios exógenos e aquelas que não tomaram. “Na idade em que as mulheres geralmente começam a tomar anticoncepcionais orais, muito poucas sofrem um derrame. A diferença no risco ao longo da vida entre aquelas que tomaram anticoncepcionais orais e aquelas que não tomaram é, portanto, pequena, mesmo que haja um risco aumentado em curto prazo”, esclareceu Therese Johansson.

Risco aumentado

A terapia hormonal já foi associada ao aumento do risco de AVC quando administrada vários anos após a menopausa. Também foi proposto que a terapia protege contra AVC se iniciada antes ou logo após a menopausa.

“Observamos um risco aumentado de ambas as versões de AVC, isquêmico ou hemorrágico, no primeiro ano de terapia hormonal, e o risco de AVC isquêmico permaneceu alto após o primeiro ano. Ao contrário do que pesquisas anteriores mostraram, observamos um aumento do risco de AVC entre as mulheres que iniciaram a terapia hormonal já antes da menopausa. Mas também pudemos ver que as mulheres que não fizeram terapia hormonal também tiveram um risco aumentado de AVC quando a menopausa começou, enquanto aquelas que foram tratadas não tiveram risco aumentado de acidente vascular cerebral quando iniciaram a menopausa”, disse a Dra. Åsa Johansson, uma das autoras do estudo.

“É importante enfatizar que a maioria das mulheres tolera bem os hormônios exógenos e pode se beneficiar de seus efeitos positivos. Os contraceptivos orais possibilitam que as mulheres evitem gravidezes não planejadas e também possam prevenir muitas doenças que afetam as mulheres, incluindo câncer de ovário e câncer de endométrio. A terapia hormonal pode melhorar consideravelmente a qualidade de vida, aliviando os sintomas da menopausa e também pode prevenir a osteoporose. No entanto, algumas mulheres têm risco aumentado de AVC com o uso de hormônios exógenos e nossas descobertas podem possibilitar que mulheres e médicos tomem decisões mais fundamentadas sobre quais mulheres devem usar hormônios”, concluiu Therese Johansson.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Uppsala (em inglês).

Fonte: Elin Bäckström, Universidade Uppsala. Imagem: Shutterstock.

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