Notícia

Cientistas avançam em tratamento para ataque cardíaco a partir de veneno de aranha mortal

Fonte

Universidade de Queensland

Data

sexta-feira, 8 julho 2022 11:00

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Cardíacas. Farmacologia. Hematologia. Microbiologia. Química Medicinal. Saúde Pública.

Um tratamento que potencialmente pode salvar vidas, desenvolvido a partir do veneno de uma das aranhas mais mortais do mundo, está um passo mais perto de testes em humanos, graças a um investimento de $ 23 milhões (cerca de R$ 83 milhões) em uma startup de Brisbane, na Austrália.

O candidato a medicamento, que foi desenvolvido por uma equipe de pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, usa uma molécula encontrada no veneno da aranha teia-de-funil da Ilha Fraser e pode prevenir danos causados ​​por ataques cardíacos e derrames. Agora, a pesquisa poderá progredir para estudos clínicos depois que a UniQuest, empresa de comercialização da Universidade de Queensland, licenciou o candidato a medicamento, o IB001, para a Infensa Bioscience, startup de Brisbane.

O Dr. Mark Smythe, professor da Universidade de Queensland e CEO da Infensa, disse que atualmente não há medicamentos em uso clínico que previnam danos causados ​​por ataque cardíaco, que é a principal causa de morte em todo o mundo.

“O coração não pode regenerar as células musculares que morrem durante um ataque cardíaco, e é por isso que essas lesões causam danos permanentes e podem levar à insuficiência cardíaca, incapacidade e redução da qualidade de vida. O IB001 bloqueia os sinais que causam a morte das células cardíacas e, quando administrado imediatamente às vítimas de ataque cardíaco, pode reduzir os danos ao coração e melhorar significativamente os resultados para pessoas com doenças cardíacas, principalmente em regiões rurais e remotas ”, destacou o professor Mark Smythe.

O Dr. Glenn King e o Dr. Nathan Palpant, professores do Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland, descobriram no ano passado que o medicamento candidato impediu a morte celular causada pela perda de oxigênio no coração e no cérebro durante ataques cardíacos e derrames.

O candidato a medicamento foi desenvolvido em colaboração com o Dr. Peter Macdonald, professor do Victor Chang Cardiac Research Institute, e com o Dr. Rob Widdop, professor da Universidade Monash.

O Dr. Mark Smythe disse que o financiamento de US$ 23 milhões seria destinado ao desenvolvimento do medicamento e ao estabelecimento da empresa: “A Infensa Bioscience espera iniciar os estudos clínicos de Fase I como tratamento de ataque cardíaco em Queensland no próximo ano. Esta é uma tecnologia revolucionária que pode ter impactos em todo o mundo e está sendo desenvolvida e financiada aqui na Austrália.”

A empresa também planeja arrecadar fundos adicionais para apoiar o desenvolvimento de medicamentos para tratar derrames e prolongar a vida de doadores de corações ​​para transplante.

A pesquisa original foi publicada na revista científica Circulation.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).

Fonte: Universidade de Queensland. Imagem: zinkevych via Freepik.

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