Notícia

Faculdade de Medicina da UFMG inova com marcador PET/CT para diagnóstico do câncer de mama

Centro de Tecnologia e Medicina Molecular da UFMG inicia os exames PET Scan com o 18F-FES, de forma inédita no país, com o objetivo de oferecer melhor diagnóstico por imagem no rastreio do câncer de mama e avaliar as especificidades do uso desse marcador no Brasil

Divulgação, HC-UFMG

Fonte

HC-UFMG | Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Data

quarta-feira, 3 novembro 2021 07:00

Áreas

Diagnóstico. Oncologia. Saúde da Mulher. Saúde Pública.

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), através do Centro de Tecnologia e Medicina Molecular (CTMM), é a primeira instituição brasileira a usar o marcador 18F-FES nos exames Pet Scan (PET CT) para rastreio do câncer de mama. A partir do último dia 26 de outubro de 2021, pacientes do Hospital das Clínicas (HC-UFMG) poderão ter acesso, de forma inédita, a um diagnóstico por imagem mais aprimorado, ao mesmo tempo em que contribuem com o objetivo da Instituição em avaliar o uso do novo marcador na população brasileira, se somando às pesquisas internacionais.

O professor Dr. Marco Romano Silva, chefe do Departamento de Saúde Mental da Faculdade e coordenador do CTMM, explicou que o exame PET, até o momento realizado com o marcador 18F-FDG, já tem benefícios importantes como identificar os locais de lesão do câncer de mama e acompanhar o tratamento. “A partir do momento que a paciente começa a quimioterapia, por exemplo, o exame identifica se está fazendo efeito ou não em um intervalo muito curto de tempo, já que consegue identificar a diminuição do metabolismo do tumor, mesmo que não tenha diminuído o tamanho. Dessa forma, o PET acrescenta no estadiamento das pacientes, tanto no estabelecimento de metástase, onde estão, quanto no acompanhamento das respostas do tratamento”, continua o gestor.

Mas, de acordo com o Dr. Marco, os exames PET Scan podem ser ainda mais proveitosos, uma vez que o 18F-FES é mais específico para rastreio do câncer de mama. “O FDG capta muito pouco em alguns tipos de câncer de mama, por exemplo, quando o crescimento é mais lento. Já o novo marcador consegue identificar até esses. As células tumorais que gastam muita energia captam muita glicose e o FDG consegue identificar essa captação de um metabolismo acelerado, mas o 18F-FES consegue detectar mesmo os tumores pequenos e com metabolismo baixo”, explicou o Dr. Marco Romano Silva.

Pesquisa associada ao uso clínico

O coordenador do CTMM contou que o projeto de pesquisa para caracterizar o uso do 18F-FES na população brasileira foi escrito quando ainda não havia aprovação da Anvisa para o uso clínico do marcador, ainda que já fosse usado em outros lugares no mundo. Mas, durante esse processo o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), conseguiu aprovação da Agência, a partir da flexibilização do registro de radiofármacos no país, permitindo que o estudo seja desenvolvido ao mesmo tempo em que realizam o uso clínico. Dessa forma, os dois Centros atuam como parceiros nesta pesquisa: um produz o marcador e o outro realiza a aplicação em pacientes com câncer de mama, que tenham indicação médica para seu uso.

“É um marco muito importante: ao mesmo tempo em que mostramos que faz diferença o uso desse marcador, seremos os primeiros a oferecê-lo. Isso faz parte da nossa missão como instituição pública”, ressaltou o Dr. Marco Romano. “Como ainda não temos dados do uso desse marcador na nossa população, esse é outro fator importante. Também do ponto de vista de pesquisa internacional, já que quanto mais replicação de estudos existirem, melhor será para validar esse método para se ter ideia das especificidades, se realmente é eficaz ao que se propõe”, completou o especialista.

De acordo com o professor, caso seja constatado que o uso do 18F-FES tem benefícios superiores ao marcador tradicional na população brasileira, ele pode ser, inclusive, incorporado no SUS. Poderá gerar economia ao sistema de saúde com diagnósticos mais precisos e economia no acompanhamento do tratamento, já que possibilitaria verificar se o resultado está sendo alcançado ou não e modificar a estratégia terapêutica, caso necessário.

“Assim esse projeto serve para elucidar à população brasileira, produzir dados de replicação do uso, como já existe em outros países, para mostrar ao Ministério da Saúde que vale a pena em questão de custo, bem como poder melhorar a qualidade de vida das pacientes. Além disso, as mulheres que participam do estudo contribuem com a pesquisa, mas também se beneficiam com um melhor acompanhamento”, afirma.

Como esse novo marcador tem uma afinidade para receptores do hormônio estrogênio, sua aplicação traz benefícios especificamente para as mulheres com câncer de mama que expressam receptores hormonais. Por isso, inclusive, a necessidade de uma avaliação e indicação médica para a realização do exame. “O 18F-FES também é muito importante ao permitir identificar metástases, o que talvez não seria possível com o marcador FDG, que será usado durante o estudo para efeito de comparação”, comenta Romano.

“O que a gente espera é que, do ponto de vista prático, esse novo radiofármaco tenha uma ampla utilização. Buscamos verificar se um novo produto traz menos efeitos colaterais, ou seja, se é superior do ponto de vista da efetividade e eficácia, além de ser menos agressivo e trazer menos repercussão do ponto de vista dos efeitos colaterais”, acrescenta o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina, Clécio Ênio de Lucena, também coordenador Setor de Mastologia do HC, unidade responsável pela indicação das participantes na pesquisa.

Acesse a notícia completa na página do HC-UFMG.

Fonte: HC/UFMG/Ebserh-MEC. Imagem: Divulgação, HC-UFMG.

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