Notícia

Pesquisadores estudam papel de enzima da imortalidade celular na leucemia aguda infantil

Estudo foi feito a partir da análise de amostras de sangue de pacientes pediátricos

Ribamar Neto, UFC

Fonte

UFC | Universidade Federal do Ceará

Data

sexta-feira, 5 novembro 2021 06:30

Áreas

Biomarcadores. Biomedicina, Farmacologia. Oncologia. Saúde da Criança.

Novo estudo da Universidade Federal do Ceará(UFC) traz contribuições importantes para o entendimento de uma doença especialmente perigosa para crianças: a leucemia linfoblástica aguda (LLA), que atinge o sangue e a medula óssea. Trata-se do tipo de câncer mais comum na primeira infância, com prognóstico desfavorável para os pacientes em muitos casos.

A pesquisa, publicada na revista científica Genes, baseia-se na avaliação da chamada telomerase (hTERT), enzima já considerada ponto-chave nos estudos sobre a LLA. Ela funciona como um biomarcador, ou seja, uma ferramenta para indicar a presença e a gravidade da doença, sendo alvo de diversos estudos da ciência médica.

Essa enzima normalmente tem pouca atividade no organismo, cumprindo algumas funções em determinados momentos da vida humana ou em situações específicas, como na produção do esperma, por conta de sua característica de ajudar na divisão e reprodução celular. Outra ocasião em que ela se manifesta de forma proeminente é na ocorrência da leucemia, como constata a pesquisa da UFC.

O estudo é resultado de dissertação da pesquisadora Beatriz Maria Dias Nogueira, no âmbito do Programa de Mestrado Profissional em Farmacologia Clínica da UFC, sob orientação da professora Dra. Caroline Nunes.

Realizada por meio do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC, a investigação promoveu a análise de amostras de sangue de 244 pacientes pediátricos diagnosticados com LLA, internados no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém/PA, e com média de idade de 6 anos.

Como resultado, os pesquisadores apontaram que a hTERT estava expressa em níveis alterados em todas as amostras, independentemente de qualquer característica específica dos pacientes, como subtipo genético da doença, idade, sexo ou características clínicas particulares.

Na prática, isso significa que a telomerase estava cumprindo papel relevante no desenvolvimento de todos os casos de LLA, doença que costuma ter uma variação genética considerável, com alguns subtipos mais graves que outros, e que por isso exige diferentes protocolos e respostas terapêuticas para cada paciente. Mesmo com essas variações, a hTERT se apresentou como biomarcador essencial.

“Nossos dados apresentam a telomerase como um biomarcador molecular eficiente e como um alvo terapêutico promissor na doença, podendo proporcionar intervenções clínicas mais eficientes e aumentando as chances de cura e remissão da doença nesses pacientes”, detalha a professora Caroline Nunes.

Outro fator relevante é que a pesquisa ajuda na compreensão dos diferentes prognósticos em cada paciente, ou seja, na classificação da gravidade da doença e da taxa de sobrevivência, também de acordo com a proeminência da telomerase: quanto mais ela se mostrava presente, pior o prognóstico e menor a taxa de sobrevivência.

“Os resultados também possibilitaram a definição de uma classificação de risco prognóstico dos pacientes através da medição de diferentes níveis de expressão da telomerase, correlacionando esses dados com o desfecho clínico de cada subgrupo desses pacientes”, explicou a pesquisadora.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Kevin Alencar, Agência UFC. Imagem: Ribamar Neto, UFC.

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