Notícia

Hidroxicloroquina: maior estudo brasileiro aponta que não há eficácia contra a COVID-19

Estudo realizado pela chamada “Coalizão COVID Brasil” observou resultados em mais de 500 pacientes

Shutterstock

Fonte

New England Journal of Medicine

Data

quinta-feira, 23 julho 2020 17:55

Áreas

Estudo Clínico. Doenças Infecciosas. Saúde Pública.

No último dia 23 de março de 2020, um conjunto de Instituições em todo o Brasil se uniu para desenvolver em conjunto estudos clínicos relacionados à COVID-19, constituindo o chamada “Coalizão COVID Brasil”. A iniciativa foi desenvolvida em parceria entre o Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), junto com o Ministério da Saúde.

Um dos estudos clínicos desenvolvidos pela Coalizão foi sobre a eficácia e a segurança de terapias com hidroxicloroquina e azitromicina em casos leves e moderados de COVID-19. O estudo foi registrado com o número NCT04322123 na Plataforma ClinicalTrials.gov. Os resultados deste estudo foram publicados no dia 23 de julho na revista científica New England Journal of Medicine.

Metodologia

O grupo conduziu um estudo multicêntrico, randomizado, aberto, de três grupos, controlado, envolvendo pacientes hospitalizados com suspeita ou confirmação de Covid-19 que não estavam recebendo oxigênio suplementar ou no máximo 4 litros por minuto de oxigênio suplementar. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em uma proporção de 1: 1: 1 para receber: 1) tratamento padrão, 2) tratamento padrão mais hidroxicloroquina na dose de 400 mg duas vezes ao dia, ou 3) tratamento padrão mais hidroxicloroquina na dose de 400 mg duas vezes ao dia mais azitromicina na dose de 500 mg uma vez ao dia por 7 dias. O objetivo primário do estudo foi observar o estado clínico dos pacientes ao final de 15 dias, além da segurança da medicação.

Resultados e Conclusão

Um total de 504 pacientes com COVID-19 confirmada foram observados. Foi usada a seguinte escala de escores para as possibilidades de desfecho (ao final de 15 dias):

  • escore 1: paciente não hospitalizado, sem limitações de atividades;
  • escore 2:  paciente não hospitalizado, mas com limitações de atividades;
  • escore 3: paciente hospitalizado e não recebendo oxigênio suplementar;
  • escore 4: paciente hospitalizado e recebendo oxigênio suplementar;
  • escore 5: paciente hospitalizado e recebendo suplementação de oxigênio administrada por cânula nasal de alto fluxo ou ventilação não invasiva;
  • escore 6: paciente internado e recebendo ventilação mecânica;
  • escore 7: óbito.

Em relação a estes sete escores, os resultados dos três grupos de pacientes foram os seguintes (eventuais diferenças em relação ao total de 100% são devidas a arredondamentos dos valores):

Com estes resultados, os pesquisadores concluíram que o uso de hidroxicloroquina, sozinho ou com azitromicina, não melhorou o estado clínico dos pacientes ao final do período do estudo, em comparação com o tratamento padrão (controle).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: New England Journal of Medicine. Imagem: Shutterstock.

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