Notícia

Imunoterapia sublingual pode prevenir a febre do feno e a asma de tempestade

Fonte

Universidade Monash

Data

quinta-feira, 6 outubro 2022 14:25

Áreas

Alergias. Biomedicina. Bioquímica. Entrega de Medicamentos. Farmacologia. Imunologia. Imunoterapia. Química Medicinal.

A alergia ao pólen de gramíneas é a principal causa de asma sazonal e febre do feno em todo o mundo, com até 30% da população mundial suscetível a alérgenos de pólen de gramíneas.

Em uma descoberta que pode ajudar os cientistas a aliviar esse fardo global, pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, descobriram que a imunoterapia sublingual com um pequeno comprimido contendo pólen de gramíneas mudou as células de memória imunológica do paciente de maneiras inesperadas.

A alergia a pólens de gramíneas pode significar ausência do trabalho ou da escola, ansiedade em parques e é a causa subjacente da asma de tempestade.

De acordo com o Dr. Menno van Zelm, pesquisador principal do estudo e professor da Escola Clínica Central da Universidade Monash, estudos recentes de seu laboratório mostraram que a imunoterapia sublingual contra a alergia ao pólen de gramíneas é conhecida por proteger contra a asma de tempestade e pode proteger contra a febre do feno durante a temporada de pólen.

“Até agora, tínhamos pouca compreensão de como o sistema imunológico é estimulado pelo imunoterapia sublingual para fornecer proteção contra alérgenos. Entender esses processos é fundamental para desenvolver novos tratamentos e produzir maneiras de testar se esses novos tratamentos estão funcionando, encontrando biomarcadores de imunidade”, destacou o professor.

O estudo, publicado na revista científica Allergy, recrutou 27 pacientes alérgicos ao pólen de azevém e rinoconjuntivite sazonal, afetados pelos sintomas pelo menos uma vez por semana.

Amostras de sangue foram coletadas de todos os participantes fora da temporada de alergia e, em seguida, 13 receberam a terapia sublingual (na forma de um comprimido contendo microdoses de pólen de cinco tipos de gramíneas dissolvidos sob a língua) por quatro meses a partir de maio/junho antes da temporada de alergia, enquanto 14 receberam terapia padrão, como anti-histamínicos e/ou corticosteroides intranasais.

O estudo foi realizado em 2019. O pesquisador descobriu que dos 13 participantes no braço clínico do estudo – 92% (12 dos 13) relataram benefícios clínicos do tratamento dois anos depois em comparação com o grupo controle.

Para entender por que os resultados positivos da imunoterapia sublingual permaneceram por até dois anos após uma dose única, os pesquisadores estudaram a célula imunológica chamada célula B, que tem a capacidade de guardar uma ‘memória’ de imunidade contra invasores estranhos, como um alérgeno. Eles descobriram que essas células B de memória foram reprogramadas e expressaram novos marcadores após 4 meses de tratamento.

É importante ressaltar que, de acordo com o professor van Zelm, essas células B de memória podem ser usadas como biomarcadores para testar se novos tratamentos estão funcionando. “Como essas células – em resposta ao tratamento – permanecem por tanto tempo e são específicas para tratamentos específicos, elas são uma maneira muito importante de monitorar o sucesso de novas terapias antialérgicas”, disse o Dr. Menno van Zelm.

A imunoterapia com alérgenos é um procedimento demorado, levando de 3 a 5 anos para efeitos sustentados, portanto, marcadores precoces de sucesso são urgentemente necessários para garantir que os pacientes certos recebam o tratamento ideal o mais rápido possível.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Freepik.

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