Notícia
Laudo farmacogenético: a indicação de medicamentos com base na análise do DNA do paciente
Pesquisadora tem financiamento da FAPERGS para desenvolver empresa de análise genética com foco em medicamentos
Pixabay
Fonte
UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Data
quinta-feira, 24 setembro 2020 10:20
Áreas
Farmacologia. Genômica.
Mariana Rodrigues Botton, doutora em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), teve sua pesquisa Interpretação de dados genômicos aplicada à farmacogenômica contemplada pelo Programa Doutor Empreendedor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). A ideia de sua empresa Gens é realizar uma análise do DNA de pacientes e, a partir dos genes analisados, saber qual medicamento terá mais eficiência e menos efeitos adversos; assim, será criada uma prescrição medicamentosa específica. Além disso, os dados obtidos podem ser atualizados para sempre. “É como uma terapia personalizada: o foco é fazer com que cada indivíduo tenha uma prescrição adequada de acordo com o perfil genético”, destacou a doutora. A lista gerada terá em torno de 70 medicamentos inclusos. “O exame seria feito uma vez na vida, e, à medida que novos conhecimentos forem surgindo sobre outras medicações, mais informações podem ser adicionadas ao laudo”, explicou a empreendedora.
Segundo a pesquisadora, laudos farmacogenéticos são comuns no exterior, como nos Estados Unidos, onde trabalhou. “A ideia é trazer um conhecimento que hoje é só científico no Brasil e levar esse benefício para a população”. A Dra. Mariana comenta que, coincidentemente, algumas empresas parecidas começaram a surgir esse ano pelo país: “Foi tudo há pouco, tivemos a ideia, e começaram a aparecer outras [empresas], então senti que estava na hora de tentar tocar esse projeto. Apesar de ser muito novo, aos poucos vamos conseguir mostrar a importância disso”. Ela explica que as análises farmacogenéticas são norteadas por diretrizes internacionais e por conhecimentos da literatura. Além disso, também há informações em bulas. “Nos Estados Unidos, tem muita informação nas bulas. Pretendemos utilizar isso também. Ainda precisamos avançar aqui, mas é um começo”.
Parcerias
A pesquisadora conta que, mesmo com os recursos do edital, não é possível que a empresa tenha todo o equipamento necessário para realizar o sequenciamento genético dos pacientes. Então, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) será um parceiro, disponibilizando o laboratório onde será feito o teste de sequenciamento de DNA, que depois é encaminhado para a Gens. “Assim, nossa técnica pode ser aplicada e inclusive implementada no hospital”, explicou a Dra. Mariana. Ela acrescenta que pode parecer muito fácil só ter que analisar o teste genético, mas ressalva: “Nós vamos interpretar esses resultados. Parece simples, mas na verdade é muito amplo o que se obtém com o DNA. Os hospitais não teriam como fazer o laudo farmacológico, porque, além de demorar muito, pode ser que não tenham conhecimento técnico para isso”. Mariana também tem uma parceria com o Hospital Moinhos de Vento.
A jovem empreendedora também está buscando parceria com empresa de tecnologia da informação que desenvolva um software para agilizar e organizar os laudos. “Manualmente demoraria de três a quatro semanas para analisar os genes de um paciente. A ideia de software é que com ele também possamos saber automaticamente a informação que queremos sobre algum medicamento para certo paciente. Acelera e facilita.”, concluiu a Dra. Mariana.
Acesse a notícia completa na página da UFRGS.
Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Imagem: Pixabay.
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