Notícia
Medicamentos reduzem lesões cardíacas da Doença de Chagas
Pesquisa da UEL mostra que associação de medicamentos reduz lesões cardíacas da Doença de Chagas e previne alterações cardiovasculares
Getty Images
Fonte
UEL | Universidade Estadual de Londrina
Data
terça-feira, 10 março 2020 10:50
Áreas
Cardiologia. Farmacologia.
A associação do benzonidazol e da aspirina para tratamento da Doença de Chagas tem dado resultados satisfatórios, tornando os indicadores de um camundongo doente normais, igualando-os aos de um animal saudável. Esse é o resultado de um projeto de pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que testa a terapia combinada dos dois medicamentos em camundongos.
O projeto “Eficácia da terapia combinada de benzonidazol e aspirina no tratamento modelo murinho de Doença de Chagas Aguda e Crônica” é coordenado pelo professor Dr. Phileno Pinge Filho, do Departamento de Ciências Patológicas, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UEL. A iniciativa tem a participação de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental, pós-doutorado e iniciação científica (graduação).
A Doença de Chagas, cujo nome científico é Tripanossomíase americana, é uma infecção causada pelo Trypanosoma cruzi, um protozoário. A doença apresenta a fase crônica e aguda. Na primeira, alguns sintomas podem ser insuficiência cardíaca e problemas digestivos. Na fase aguda, febre prolongada, dores de cabeça, inchaço no rosto e pernas, fraqueza intensa. Muitos doentes podem não apresentar sintomas da doença.
A Doença de Chagas é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença tropical negligenciada, termo usado para um conjunto de enfermidades que ocorrem principalmente em países em desenvolvimento, que registram alta morbilidade e mortalidade. Calcula-se que há cerca de 6 milhões de pessoas infectadas em 21 países da América Latina, considerada uma região endêmica.
O professor Phileno explica que a patologia é negligenciada, também, pela indústria farmacêutica. Os medicamentos para tratamento da Chagas datam dos anos 70, podem induzir a efeitos colaterais importantes e não têm eficácia na fase aguda. “Portanto, é necessária a identificação de medicamentos mais eficientes e menos tóxicos para o tratamento da doença”, afirma o professor. “A gente sabe muito sobre a Doença de Chagas e temos necessidade urgente de novos fármacos”.
A aspirina tem de ser administrada em doses baixas. Na fase aguda, a terapia diminuiu inclusive as lesões do coração nos camundongos, prevenindo alterações cardiovasculares (pressão arterial e arritmia). Os efeitos repercutiram, portanto, na fase crônica. A terapia em estudo melhorou o número de eosinófilos e reduziu o número de neutrófilos. O eosinófilo é um tipo de glóbulo branco que desempenha um papel importante na resposta a infecções. O neutrófilo é um tipo de leucócito que atua na defesa e imunidade do organismo. Em alto número pode produzir moléculas que favorecem a fibrose no tecido cardíaco.
Acesse a notícia completa na página da UEL.
Fonte: Reinaldo C. Zanardi, Universidade Estadual de Londrina. Imagem: Getty Images.
Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar