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Nova tecnologia ‘treina’ as células para reparar o tecido cerebral danificado em camundongos após AVC

Avanço poderá, no futuro, ajudar na recuperação de pacientes, mesmo quando administrado dias após um acidente vascular cerebral isquêmico

Reprodução, Universidade Estadual de Ohio

Fonte

Universidade Estadual de Ohio

Data

sábado, 20 março 2021 12:30

Áreas

Biologia Celular e Molecular. Biotecnologia. Saúde Pública.

Cientistas da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, desenvolveram tecnologia para “retreinar” células para ajudar a reparar o tecido cerebral danificado – um avanço que pode no futuro ajudar pacientes a recuperar a fala, a cognição e a função motora, mesmo quando administrada dias após um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

Pesquisadores nas faculdades de Medicina e Engenharia da Universidade Estadual de Ohio usaram um processo criado na universidade chamado nanotransfecção de tecido (TNT) para introduzir material genético nas células. Isso lhes permite reprogramar as células da pele para se tornarem diferentes – neste caso, células vasculares – para ajudar a reparar o tecido cerebral danificado.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Science Advances.

No estudo com camundongos, as células foram “pré-condicionadas” com genes específicos e injetadas nos cérebros afetados por derrame, onde promoveram a formação de novos vasos sanguíneos por meio da reprogramação e do reparo do tecido cerebral danificado.

“Podemos reescrever o código genético das células da pele para que se tornem células dos vasos sanguíneos”, disse o Dr. Daniel Gallego-Perez, professor de Engenharia Biomédica e Cirurgia que está liderando a pesquisa. “Quando [as células] são implantadas no cérebro, elas são capazes de desenvolver um tecido vascular novo e saudável para restaurar o suprimento de sangue normal e ajudar na reparação do tecido cerebral danificado.”

Os pesquisadores descobriram que os animais tratados com a terapia celular recuperaram 90% da função motora. A ressonância magnética mostrou que áreas danificadas do cérebro foram reparadas em poucas semanas.

“Descobrimos que os camundongos têm uma recuperação maior porque as células que estão sendo injetadas na área afetada também liberam sinais de cura na forma de vesículas que ajudam na recuperação do tecido cerebral danificado”, explicou a Dra. Natalia Higuita Castro, professora de Engenharia Biomédica e coautora do estudo.

A cada 40 segundos, alguém nos Estados Unidos sofre um derrame. O AVC é a segunda principal causa de morte em todo o mundo, e aqueles que sobrevivem muitas vezes têm danos cerebrais irreversíveis, resultando em paralisia, dificuldade de fala e perda da função motora. Não existem tratamentos para lidar com o dano duradouro e debilitante no tecido cerebral causado pelo derrame.

Embora os avanços tenham permitido aos médicos ‘limpar’ os coágulos no cérebro mais rapidamente e melhorar os resultados, isso só é eficaz se for feito algumas horas após o derrame, antes que o tecido cerebral morra. Cerca de 80% dos pacientes com AVC isquêmico não recebem a terapia anti-coágulo a tempo de prevenir déficits permanentes em sua fala, cognição e função motora.

“A ideia era que, assim que o tecido cerebral morresse, ponto final”, disse o Dr. Shahid Nimjee, neurocirurgião do Centro Médico Wexner da Universidade Estadual de Ohio, membro do Instituto Neurológico do Estado de Ohio e coautor do estudo. “Agora estamos aprendendo que pode haver oportunidades de regenerar células para restaurar a função cerebral”, concluiu o especialista.

Os pesquisadores continuam estudando essa abordagem e também estão explorando outros usos potenciais dessa tecnologia para tratar distúrbios cerebrais, como Alzheimer e doenças autoimunes.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual de Ohio (em inglês).

Fonte: Eileen Scahill, Universidade Estadual de Ohio. Imagem: Reprodução, Universidade Estadual de Ohio.

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