Notícia
Novas tecnologias ômicas abrem caminho para imunoterapias mais eficazes contra o câncer
Avaliação foi feita pelo oncologista norte-americano Dr. Thomas Marron durante evento promovido pela Associação Americana para Pesquisa do Câncer e pela USP nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto
Instituto Nacional de Câncer dos EUA/NIH/Centro de Câncer da Universidade de Chicago
Fonte
Agência FAPESP
Data
segunda-feira, 26 fevereiro 2024 18:10
Áreas
Bioinformática. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Imunologia. Imunoterapia. Microbiologia. Oncologia. Patologia. Proteômica. Saúde Pública.
Novas tecnologias da chamada ‘ômica espacial‘ podem ajudar a elucidar o mecanismo de ação de novos medicamentos já nas primeiras fases do ensaio clínico, o que deve contribuir para o desenvolvimento de imunoterapias mais eficazes contra o câncer. A avaliação foi feita pelo Dr. Thomas Marron, diretor de Ensaios Clínicos de Fase Inicial e Imunoterapia no Tisch Cancer Institute da Escola de Medicina Icahn, nos Estados Unidos, durante sua participação no evento AACR on Campus Brazil, realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro nas cidades de São Paulo e Ribeirão Preto.
A ômica espacial combina técnicas avançadas de imagem com sequenciamento de DNA para mapear processos biológicos em nível molecular. Desse modo, permite a visualização da arquitetura celular e de eventos biológicos anteriormente não observáveis.
“Acredito realmente que precisamos entender o mecanismo de ação dos novos medicamentos já durante a primeira fase”, defendeu o Dr. Thomas Marron. “Operamos os pacientes de câncer porque esperamos curá-los, mas, infelizmente, não conseguimos chegar a esse resultado muitas vezes – especialmente no caso de câncer de fígado. Ao mesmo tempo, não podemos ministrar uma droga que cause tanta toxicidade que impeça a melhora. Mas a realidade é que a maioria dos agentes chega às fases dois ou três sem qualquer compreensão do seu mecanismo de ação”
Segundo o Dr. Marron, as tecnologias de ômica espacial têm importância fundamental na compreensão do transcriptoma (conjunto de RNAs transcritos pelos genes) e do proteoma (conjunto de proteínas expressas), bem como da interface entre células do sistema imunológico, células tumorais e células do estroma [tecido conjuntivo que nutre e dá sustentação a um órgão, uma glândula ou a estruturas patológicas como um tumor].
De acordo com o cientista, isso viabilizará a criação de uma espécie de atlas que ajudará a definir intervenções em ensaios clínicos interativos, nos quais se faz testes com poucos pacientes e “imediatamente depois, com base no que se aprende, é possível definir o próximo passo”.
O Dr. Thomas Marron também destacou a importância da colaboração entre diferentes especialidades médicas. “Logo no início da pandemia de COVID-19, percebemos no Hospital Mount Sinai [Estados Unidos], um dos epicentros para pacientes, que havia dezenas de medicamentos e terapias biológicas aprovados em diferentes contextos e que, tanto na medicina quanto na indústria, trabalhamos em silos: cardiologistas não se comunicam com imunologistas ou oncologistas”, afirmou. “E a realidade é que muitos deles [os medicamentos usados nas diferentes áreas] podem funcionar em ambientes distintos: podemos reaproveitá-los e combiná-los de maneiras diferentes”.
O cientista acredita que esse tipo de colaboração seja fundamental para que se entenda o funcionamento do sistema imune humano com mais precisão e, assim, seja possível desenvolver imunoterapias mais eficientes.
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Julia Moióli, Agência FAPESP. Imagem: heterogeneidade espacial do microambiente tumoral em modelo animal de câncer de mama HER2-positivo. Fonte: Instituto Nacional de Câncer dos EUA/NIH/Centro de Câncer da Universidade de Chicago.
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