Notícia

Novo estudo sobre células cancerosas pode proporcionar novas abordagens terapêuticas contra o câncer

Fonte

Universidade de Pádua

Data

quinta-feira, 17 fevereiro 2022 06:20

Áreas

Biologia Celular e Molecular. Biomedicina. Microbiologia. Oncologia.

Estudo publicado na revista científica Nature Cell Biology por um grupo de pesquisa internacional coordenado pelo Dr. Sirio Dupont, professor do Departamento de Medicina Molecular da Universidade de Pádua, na Itália, abre caminho para novas terapias contra tumores.

A pesquisa relata os resultados obtidos por pesquisadores que estudaram o que acontece quando as células do câncer de mama migram do local primário para o pulmão durante o processo que leva à metástase.

A equipe de pesquisa analisou em detalhes os mecanismos subjacentes a essa resposta, que parece depender do encurtamento das mitocôndrias, as ‘usinas de energia’ da célula, em resposta a um microambiente suave. Esse encurtamento, por meio de uma complexa cadeia de eventos moleculares, estimula as células a produzirem uma grande quantidade de moléculas antioxidantes, fazendo com que as células cancerígenas se tornem resistentes a alguns quimioterápicos. Experimentos em animais de laboratório mostraram que, se as células metastáticas são privadas dessa resposta, por exemplo, forçando o alongamento das mitocôndrias, elas se tornam sensíveis à quimioterapia e não são mais capazes de dar origem a uma piora da doença.

“Em particular, nos concentramos na observação de que os tumores primários formam estruturas notavelmente rígidas, mas quando as células cancerígenas migram e chegam a tecidos como os pulmões, elas se encontram em um ambiente extremamente macio. Há muito se sabe que as propriedades mecânicas dos tecidos são capazes de regular o comportamento das células, incluindo as células cancerígenas. Nesta pesquisa constatamos que a suavidade do sítio metastático, se por um lado retarda o crescimento das células metastáticas, por outro aumenta suas defesas antioxidantes. Isso explica o fato de que as metástases pulmonares são muitas vezes refratárias à quimioterapia e podem permanecer latentes por muitos anos, até que despertem para dar origem a uma recaída”, explicou a Dra. Patrizia Romani, coautora do estudo.

“Esta descoberta pode levar a novas abordagens terapêuticas para prevenir o crescimento de células metastáticas, em vez de tentar pará-las quando já estão crescendo”, concluiu o professor Sirio Dupont.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade de Pádua (em italiano).

Fonte: Universidade de Pádua. Imagem: biópsia de câncer de mama visualizada com microscopia de fluorescência seguida de análise por computador. As células-tronco do câncer de mama são vermelhas a brancas. Fonte: Howard.r.prtty via Wikimedia Commons.

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