Notícia

O potencial de venenos no desenvolvimento de drogas que podem salvar vidas

A bioterapêutica refere-se a tratamentos produzidos por ou envolvendo células vivas, em vez de drogas feitas de produtos químicos sintetizados em laboratório

Instituto Vital Brazil

Fonte

Universidade Monash

Data

sábado, 3 abril 2021 06:55

Áreas

Desenvolvimento de Fármacos. Saúde Pública.

Estima-se que 5,4 milhões de pessoas em todo o mundo são picadas por cobras todos os anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que até 2,7 milhões de casos envolvem envenenamento – quando o veneno é injetado na vítima. Globalmente, todos os anos, entre 81.410 e 137.880 pessoas morrem por picadas de cobra.

Mas os números relatados pela OMS não refletem o verdadeiro impacto do envenenamento por cobras. A subnotificação da incidência de mordidas de cobra e mortalidade ocorre em todo o mundo por vários motivos, incluindo as vítimas que nunca chegam aos serviços de saúde primários ou que optam por práticas tradicionais em lugar do tratamento hospitalar.

Alguns sobreviventes perdem seus membros ou têm deficiências permanentes, como paralisia, distúrbios hemorrágicos, insuficiência renal irreversível e danos aos tecidos. Reconhecendo a gravidade do envenenamento por picada de cobra como um problema de saúde pública, a OMS o listou oficialmente como a doença tropical mais negligenciada em junho de 2017. A OMS visa reduzir a mortalidade e a incapacidade por envenenamento por picada de cobra em 50 % nos próximos 12 anos.

Explorando o potencial das citotoxinas

Embora seja uma ameaça à vida, o veneno das cobras também dá vida. O único tratamento eficaz para prevenir ou reverter o envenenamento por picada de cobra é desenvolver tratamentos contra o veneno. A Dra. Michelle Yap Khai Khun é professora da Escola de Ciências da Universidade Monash na Malasia, cuja pesquisa se concentra na farmacologia de toxinas venenosas e na futura bioterapia.

“Por mais mortal e perigoso que seja o veneno, há muitas áreas a serem exploradas. Além de matar a presa, o veneno tem benefícios médicos, então há interesse nele para a descoberta de [novas] drogas”, disse a pesquisadora.

Bioterapêutica refere-se a tratamentos produzidos por ou envolvendo células vivas, em vez de drogas feitas de produtos químicos sintetizados em laboratório.

Promessa de tratamentos mais acessíveis

Os bioterapêuticos prometem um tratamento mais seguro e barato para o envenenamento de cobras. “Se pudermos produzir antídotos não derivados de anticorpos, seria mais acessível, pois podemos aumentar a produção e reduzir o custo. Por envolver moléculas pequenas, também seria mais eficiente na entrega de medicamentos e poderia ser produzido em laboratório ”, disse a Dra. Michelle Yap. O financiamento continua sendo o maior desafio nas pesquisas, e isso tem sido agravado durante a pandemia.

“As pessoas têm mais interesse em [financiar pesquisas para] COVID-19 ou outras doenças não transmissíveis agora. A picada de cobra costuma ser uma doença tropical negligenciada, mas estou feliz que haja um interesse crescente de alguns financiadores internacionais, como o Wellcome Trust, a Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene e a Hamish Ogston Foundation, em apoiar pesquisas neste área”, disse a pesquisadora.

Instituto Butantan

No Brasil, os soros antipeçonhentos são produzidos pelo Instituto Butantan (São Paulo), Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro). O Instituto Butantan produz diversos tipos de soros para combater o veneno de animais peçonhentos, dentre eles o antídoto indicado no tratamento do envenenamento por serpentes. O soro antiofídico faz parte do tratamento contra acidentes com serpentes e é realizado em hospitais de todo o Brasil, salvando milhares de pessoas todos os anos.

Dependendo do tipo de cobra que causou o acidente, existe um tipo de soro. Porém, o processo de produção de cada soro é o mesmo, e a efetividade do produto também.

Acesse o processo de produção do soro antiofídico na página do Instituto Butantan.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Instituto Vital Brazil.

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