Notícia

Pesquisa indica que células produtoras de insulina cultivadas a partir de células-tronco são seguras para transplante em pacientes com diabetes tipo 1

Resultados mostram o avanço nos esforços para que não seja mais necessário injetar insulina em pacientes com diabetes tipo 1

Towfiqu barbhuiya via Unsplash

Fonte

Universidade de Alberta

Data

sábado, 15 janeiro 2022 12:20

Áreas

Biologia Celular. Biotecnologia. Células-tronco. Doenças Metabólicas. Saúde Pública.

Pesquisadores relataram sucesso em um primeiro estudo clínico em humanos para testar se células pancreáticas cultivadas a partir de células-tronco podem ser implantadas com segurança e começar a produzir insulina. A equipe relatou sua prova de conceito e estudo de segurança na revista científica Cell Reports Medicine.

Dos 17 pacientes que receberam os implantes, 35% mostraram sinais de produção de insulina no sangue após as refeições dentro de seis meses após o implante, e 63% apresentaram evidências de produção de insulina dentro dos dispositivos de implante quando foram removidos após um ano.

“Esta é uma descoberta muito positiva”, disse o Dr. James Shapiro, primeiro autor do artigo e professor de Cirurgia, Medicina e Oncologia Cirúrgica na Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Alberta, no Canadá.

“Não é o fim do jogo, mas é um grande marco no caminho para o sucesso, demonstrando que as terapias de ilhotas derivadas de células-tronco são seguras e podem começar a mostrar algum sinal de eficácia em pacientes na clínica”, disse o Dr. Shapiro, que também é membro do Instituto de Diabetes de Alberta.

‘Notável e emocionante’

O Dr. Shapiro liderou a equipe que desenvolveu o Protocolo de Edmonton na década de 1990, um processo que permite o transplante bem-sucedido de células de ilhotas produtoras de insulina doadas em pessoas com diabetes tipo 1. A maioria está livre da necessidade de injeções diárias de insulina, mas continua a precisar de medicamentos anti-rejeição, que podem ter efeitos colaterais negativos, como aumento do risco de câncer e danos aos rins. Além disso, o número de células de ilhotas doadas disponíveis é limitado.

“O objetivo final da pesquisa atual é desenvolver um suprimento ilimitado de células de ilhotas que possam ser transplantadas com segurança sem a necessidade de medicamentos anti-rejeição”, disse o Dr. Shapiro, que também é diretor de programas de transplante de fígado e membro da Royal Society of Canada.

No teste, pacientes adultos com diabetes em seis centros no Canadá, Estados Unidos e Europa receberam implantes de vários pequenos dispositivos permeáveis ​​preenchidos com milhões de células cada um. As células foram derivadas de células-tronco e depois transformadas quimicamente em células-tronco programadas para se tornarem células de ilhotas.

Alguns dos implantes, do tamanho de um selo de carta, foram colocados no antebraço, enquanto dispositivos maiores, com cerca de metade do tamanho de um cartão de crédito, foram implantados na parede abdominal. Todos os pacientes faziam uso de drogas imunossupressoras.

“A ideia dos vários pequenos dispositivos era para que pudéssemos removê-los em diferentes momentos para ver – as células estão sobrevivendo? Eles estão agindo? E eles estão fazendo o que deveriam fazer?” explicou o professor Shapiro, observando que nenhuma preocupação de segurança foi levantada.

“É notável e emocionante que os pacientes tenham tolerado os dispositivos e as cirurgias tão bem”, disse o pesquisador.

O Dr. Shapiro disse que, embora a segurança seja o principal objetivo desta fase do estudo, pelo menos uma paciente que teve 10 dispositivos implantados conseguiu reduzir significativamente sua dose de insulina, indicando a potencial eficácia do tratamento.

O próximo passo para a pesquisa será determinar quantas células pancreáticas derivadas de células-tronco são necessárias no transplante para otimizar a produção de insulina em pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2.

Um estudo programado para começar no Canadá no início de 2022 terá pesquisadores transplantando células pancreáticas que foram geneticamente modificadas para remover os alvos que normalmente são atacados pelo sistema imunológico de pessoas com diabetes tipo 1.

“A ideia é transplantar essas células sem nenhuma das drogas anti-rejeição, o que já seria um grande avanço. As terapias baseadas em células têm a promessa de oferecer algo muito melhor do que a terapia com insulina”, disse o professor Shapiro.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).

Fonte: Gillian Rutherford, Universidade de Alberta. Imagem: Towfiqu barbhuiya via Unsplash.

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