Notícia

Equipe de pesquisa descobre novas opções para tratar o câncer de pâncreas

Solução proposta pelos pesquisadores visa parar a progressão do tumor e minimizar a resistência terapêutica em pacientes com câncer de pâncreas

Scientific Animations via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade do Porto

Data

sexta-feira, 14 janeiro 2022 12:15

Áreas

Biologia Celular. Oncologia.

Uma equipe de pesquisa do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), em Portugal, liderada pela pesquisadora Dra. Sónia Melo, descobriu que, em tumores pancreáticos, são as células estaminais cancerígenas que se comunicam com as outras células do tumor através de vesículas extracelulares, gerenciando o crescimento do tumor e sua resistência à quimioterapia. O estudo, publicado na revista científica Gut, demonstrou também que, impedindo esta comunicação entre as células, o tumor não cresce. Estes dados desvendam novas possibilidades terapêuticas para tratamento do câncer de pâncreas.

Os tumores pancreáticos são compostos por diferentes populações de células (células estaminais cancerígenas e células cancerígenas não estaminais) que se comunicam entre si através da secreção de vesículas extracelulares. A equipe do i3S descobriu que nestes tumores existe uma rede de comunicação organizada e com uma hierarquia definida chamada EVNet. Os pesquisadores descobriram também que, apesar de serem em muito menor número, são as células estaminais as que mais se comunicam com as outras células. São elas, aliás, que comandam e transmitem as diretrizes para o tumor poder sobreviver.

Diante disto, a equipe analisou em que consiste essa comunicação e verificou que, no interior das vesículas extracelulares secretadas pelas células estaminais cancerígenas, existe uma proteína chamada Agrin e é esta proteína que, quando enviada às outras células, impulsiona o tumor a crescer e a vencer as adversidades, como a quimioterapia.

“Durante este trabalho, percebemos também que quando cortamos essa comunicação entre as células estaminais cancerígenas e as outras células cancerígenas impedimos o crescimento do tumor. Utilizamos amostras de tumores pancreáticos de pacientes do Centro Hospitalar Universitário de S. João, que foram introduzidos em ratinhos e, com recurso a moléculas que inibem a comunicação entre células, conseguimos travar a progressão do tumor”, explicou a Dra. Sónia Melo. Adicionalmente, adiantou a líder da equipe, “utilizamos anticorpos para bloquear a proteína Agrin e verificamos igualmente uma desaceleração no crescimento do tumor”.

Novas soluções para ‘travar a progressão do tumor’

Estes resultados, sublinhou a Dra. Sónia Melo, indicam que estas duas opções – drogas para impedir a comunicação entre as células cancerígenas e anticorpos para bloquear a proteína Agrin – “apresentam potencial como soluções terapêuticas a aplicar pelos clínicos aos doentes com câncer do pâncreas com o objetivo de travar a progressão do tumor e minimizar a resistência terapêutica”.

“Analisamos o sangue de pacientes com câncer pancreático e verificamos que os que apresentam maior número de vesículas extracelulares positivas para a proteína Agrin em circulação no sangue têm um risco três vezes maior de progressão da doença. Isto significa que as vesículas extracelulares agrin-positivas circulantes são potenciais biomarcadores para determinar a resposta à terapia e o risco de progressão do tumor pancreático”, concluiu a Dra. Sónia Melo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Luísa Melo, i3S/Universidade do Porto. Imagem: Scientific Animations via Wikimedia Commons.

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