Notícia

Pesquisa revela como o vírus da COVID-19 infecta a placenta e como isso pode ser evitado

Equipe de pesquisa australiana cultivou tecido placentário em laboratório usando método em que as células de pele humana são ‘reprogramadas’ em células-tronco trofoblásticas

Dr. Joseph Chen, Universidade Monash

Fonte

Universidade de Adelaide

Data

quinta-feira, 20 julho 2023 16:50

Áreas

Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Células-tronco. Doenças Infecciosas. Imunologia. Microbiologia. Saúde Pública. Virologia.

Em um estudo de referência publicado na revista científica Nature Cell Biology, pesquisadores australianos revelaram como a COVID-19 pode infectar a placenta humana. A pesquisa foi liderada pelo Dr. Jose Polo, professor da Universidade Monash e da Universidade de Adelaide, e pela Dra. Kanta Subbarao, professora da Universidade de Melbourne e pesquisadora do Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade (Instituto Doherty).

Pesquisas mostraram que as infecções por COVID-19 durante a gravidez podem levar a resultados adversos, mas pouco se sabia sobre os mecanismos por trás da infecção por SARS-CoV-2 na gravidez.

A equipe de pesquisa australiana cultivou tecido placentário em laboratório, usando um método avançado desenvolvido pelo professor Jose Polo e seus colegas, no qual as células de pele humana são ‘reprogramadas’ em células-tronco trofoblásticas (as células que ajudam um embrião em desenvolvimento a se ligar à parede do útero, formando parte da placenta). Eles descobriram que a ACE2, uma proteína que atua como porta de entrada para o SARS-CoV-2 em órgãos como o pulmão, está presente em células placentárias específicas, como sinciciotrofoblastos (células ST).

É importante ressaltar que as células ST se mostraram suscetíveis ao vírus – uma descoberta importante, pois essas células da placenta produzem o hormônio chave para manter a gravidez (hCG).

O Dr. Joseph Chen, biólogo de células-tronco da Universidade Monash e primeiro autor do estudo, disse que esta descoberta explica vários dos relatórios clínicos anteriores: “Observamos que a infecção por SARS-CoV-2 levou a uma redução significativa na sobrevivência e diferenciação das células ST, o que, por sua vez, resultou em menor produção de hCG”, explicou o pesquisador. “Isso sugere que é assim que a COVID-19 pode afetar a gravidez, embora sejam necessárias mais pesquisas”.

A Dra. Jessica Neil, virologista do Instituto Doherty e também primeira autora do estudo, destacou: “nossa equipe também descobriu que os anticorpos anti-ACE2 e os medicamentos antivirais foram eficazes na prevenção da infecção por SARS-CoV-2 e na restauração da diferenciação e função normais do ST”.

A professora Kanta Subbarao disse que este estudo é um avanço significativo para a compreensão mais ampla das infecções virais na gravidez: “Nosso estudo fornece informações valiosas sobre a ligação entre a infecção por SARS-CoV-2 e a patologia da placenta. Isso muda o jogo, pois agora estamos equipados para explorar como a placenta inicial também pode ser afetada por outros vírus”.

O professor Jose Polo enfatizou a importância da pesquisa no estabelecimento de uma plataforma para estudar os tipos iniciais de células da placenta: “Este estudo não apenas nos ajuda a entender o que acontece quando a placenta é infectada pelo vírus da COVID-19 durante a gravidez, mas também significa que estabelecemos uma plataforma mais ampla, escalável e tratável para estudar os tipos iniciais de células da placenta”, concluiu o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).

Fonte: Poppy Nwosu, Universidade de Adelaide. Imagem: células da placenta (sinciciotrofoblasto, em verde) infectadas com o vírus SARS-CoV-2 (em vermelho). Os núcleos celulares dos sinciciotrofoblastos multinucleados estão em azul. Fonte: Dr. Joseph Chen, Universidade Monash.

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