Notícia

Proteínas não identificadas anteriormente sugerem nova maneira de diagnosticar o câncer de ovário

Uma abordagem para detectar o câncer é procurar por vesículas extracelulares, proteínas especialmente pequenas liberadas do tumor chamadas exossomos

Dr. Akira Yokoi, Universidade de Nagoya

Fonte

Universidade de Nagoya

Data

quarta-feira, 19 julho 2023 17:45

Áreas

Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Biotecnologia. Diagnóstico. Engenharia Biológica. Medicina Personalizada. Microbiologia. Nanotecnologia. Oncologia. Saúde Pública.

Um estudo conduzido pela Universidade de Nagoya, no Japão, identificou três proteínas de membrana previamente desconhecidas no câncer de ovário. Usando uma tecnologia única composta por nanofios com revestimento de policetona, o grupo conseguiu capturar as proteínas, demonstrando um novo método de detecção para identificação do câncer de ovário.

A descoberta de novos biomarcadores é importante para detectar o câncer de ovário, já que a doença é difícil de detectar em seus estágios iniciais, quando pode ser mais facilmente tratada. Uma abordagem para detectar o câncer é procurar por vesículas extracelulares (EVs), proteínas especialmente pequenas liberadas do tumor chamadas exossomos. Como essas proteínas são encontradas fora da célula cancerígena, elas podem ser isoladas de fluidos corporais, como sangue, urina e saliva. No entanto, o uso desses biomarcadores é dificultado pela falta de outros métodos confiáveis para a detecção do câncer de ovário.

Um grupo de pesquisa liderado pelo Dr. Akira Yokoi, professor da Escola de Medicina da Universidade de Nagoya, e pela Dra. Mayu Ukai, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Avançada de Nagoya, extraiu EVs pequenas e médias/grandes de carcinoma seroso de alto grau, o tipo mais comum de câncer de ovário, e usou cromatografia líquida-espectrometria de massa para analisar as proteínas.

Inicialmente, a pesquisa foi desafiadora. “As etapas de validação das proteínas identificadas foram difíceis porque tivemos que testar muitos anticorpos antes de encontrar um bom alvo”, disse o Dr. Akira Yokoi. “Como resultado, ficou claro que as EVs pequenas e médias/grandes são carregadas com moléculas claramente diferentes. Uma investigação mais aprofundada revelou que pequenas EVs são biomarcadores mais adequados do que os tipos médio e grande. Identificamos as proteínas de membrana FRα, Claudin-3 e TACSTD2 nas pequenas EVs associadas ao carcinoma seroso de alto grau”, explicou o pesquisador.

Depois de identificar as proteínas, eles investigaram se conseguiriam capturar EVs de forma a permitir a identificação da presença de câncer. Para fazer isso, os pesquisadores recorreram ao Dr. Takao Yasui, especialista em nanofios da Escola de Engenharia da Universidade de Nagoya, que combinou sua pesquisa com a do Dr. Inokuma, pesquisador da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão para criar nanofios revestidos em cadeia de policetona (pNWs). Essa tecnologia era ideal para separar exossomos de amostras de sangue.

“A criação de pNWs foi difícil. Devemos ter tentado 3-4 revestimentos diferentes nos nanofios. Embora as policetonas sejam um material completamente novo para revestir esse tipo de nanofio, no final elas se encaixaram muito bem”, destacou o professor Akira Yokoi.

“Nossas descobertas mostraram que cada uma das três proteínas identificadas é útil como um biomarcador para carcinoma seroso de alto grau. Os resultados desta pesquisa sugerem que esses biomarcadores diagnósticos podem ser usados como marcadores preditivos para terapias específicas. Nossos resultados permitem que os médicos otimizem sua estratégia terapêutica para o câncer de ovário; portanto, podem ser úteis para realizar a medicina personalizada”, concluiu o Dr. Akira Yokoi.

Os resultados foram publicados na revista Science Advances.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nagoya (em inglês).

Fonte: Matthew Coslett, Universidade de Nagoya. Imagem: as vesículas extracelulares (EVs) são vesículas com estruturas de bicamada lipídica (mostradas no centro), e três proteínas expressas em pequenas EVs chamadas exossomos (mostradas em vermelho, verde e azul) são biomarcadores mais adequados para detectar câncer de ovário do que a vesícula extracelular maior. Fonte: Dr. Akira Yokoi, Universidade de Nagoya.

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