Notícia

Pesquisadores caminham na direção da cura da AIDS

Pesquisadores desenvolveram uma maneira de retirar o HIV do reservatório latente, tornando o vírus visível ao sistema imunológico e fornecendo o potencial de ser eliminado pelo tratamento

Getty Images

Fonte

Universidade de Bristol

Data

segunda-feira, 13 julho 2020 14:45

Áreas

Biologia. Bioquímica. Imunologia. Microbiologia. Saúde Pública.

Parte do que tornou a infecção pelo HIV tão difícil de curar é que, uma vez que o vírus entra no corpo, alguns deles se escondem “adormecidos” dentro das células, tornando-os essencialmente invisíveis ao sistema imunológico e aos medicamentos antirretrovirais. Estes vírus ocultos são conhecidos como  ‘reservatório latente’ e é o que impede a cura para as pessoas que vivem com o HIV.

O tratamento com medicamentos anti-HIV combinados pode reduzir o vírus no organismo, de modo que não possa ser medido por testes convencionais ; no entanto, se um indivíduo interromper sua terapia ao longo da vida, parte do vírus será liberada e pode ressurgir rapidamente, enquanto parte permanece adormecida nas células.

“O objetivo é tirar [os vírus] da dormência com uma ação direcionada, para que o vírus restante possa ser eliminado. Agora que mostramos que isso pode ser feito com amostras de pacientes com a doença precoce, a esperança é que isso leve a estratégias de cura direcionadas”, explicou o Dr. Eric Arts, professor da Universidade Western, no Canadá, e principal pesquisador do estudo.

Ao estudar células de indivíduos soropositivos para o HIV e recebendo tratamento no início da doença, a equipe da Universidade Western, em colaboração com a Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, e o Imperial College de Londres, no Reino Unido, mostrou pela primeira vez que sua formulação, chamada Activator Vector (ACT- VEC), foi bem-sucedida em atingir o reservatório latente do HIV. Ao reativar esse HIV adormecido, a formulação faz com quem o vírus seja liberado para que possa ser eliminado pelo tratamento anti-retroviral. O resultado da pesquisa foi publicado na revista científica EBioMedicine.

O Dr. Jamie Mann, que esteve envolvido no estudo e é pesquisador em Imunoterapia na Universidade de Bristol, acrescentou: “As terapias antirretrovirais funcionam interrompendo vários aspectos do ciclo de replicação do HIV. Se o vírus não está se replicando, os medicamentos não podem ter efeito sobre ele. Ao reativar o vírus, podemos inibi-lo através de terapia antirretroviral ou ele pode ser alvo da resposta imune do organismo”.

Essa estratégia é conhecida como “choque e morte”, e agora que a equipe de pesquisa mostrou que é capaz de atingir a latência do vírus, o próximo passo será determinar se eles podem ativar as células imunológicas do corpo para matá-lo.

A equipe de pesquisa analisou especificamente o vírus escondido dentro dos glóbulos brancos, chamados células T. Essas células são iniciadas pela resposta imune e são algumas das células mais importantes que nos protegem contra infecções virais, inclusive contra o HIV. Os resultados do estudo mostram que o vírus pode realmente se esconder dentro das próprias células projetadas para matá-lo e controlar a infecção.

“O ACT-VEC foi projetado especificamente para ativar essas células que responderam anteriormente ao HIV e que agora permanecem inativas. Essa ativação tem um objetivo duplo – estimula o vírus restante a sair da [condição de] latência e induz o sistema imunológico”, concluiu o professor Arts.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Bristol (em inglês).

Fonte: Universidade de Bristol. Imagem: Getty Images.

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