Notícia

Pesquisadores da Funed estudam venenos animais para a obtenção de medicamentos

A obtenção de um produto a partir dos “venenos do bem” depende do isolamento e caracterização bioquímica, estrutural e funcional de diversos componentes de venenos

Divulgação

Fonte

Secretaria de Estado de Saúde de MG e FUNED

Data

sexta-feira, 11 outubro 2019 10:25

Áreas

Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia.

Você sabia que a partir de determinados compostos presentes nos venenos de aranhas, serpentes e escorpiões é possível desenvolver medicamentos contra doenças como a hipertensão arterial? Os pesquisadores do Serviço de Proteômica e Aracnídeos e do Serviço de Bioquímica de Proteínas Venenos Animais da Fundação Ezequiel Dias (FUNED) atuam nesta área de pesquisa, em que analisam a possibilidade de utilização de componentes dos venenos animais para obter produtos para a saúde humana.

A obtenção de um produto a partir dos “venenos do bem” é resultado de um trabalho de pesquisa em que a FUNED, juntamente com pesquisadores de outras instituições, atua no isolamento e na caracterização bioquímica, estrutural e funcional de diversos componentes de venenos que poderão servir como modelo para desenvolver novos medicamentos. Um exemplo é o caso da pesquisa com o veneno da aranha armadeira, uma aranha de importância médica, responsável pelo maior número de casos de acidentes no Brasil. No laboratório do Spar, coordenado pela pesquisadora Dra. Márcia Borges, foram realizados estudos que mostraram a existência de um composto do veneno de aranha armadeira que poderia ser útil para desenvolver um tratamento para a disfunção erétil. A pesquisa foi feita conjuntamente por cientistas da FUNED em colaboração com a equipe da pesquisadora Dra. Maria Elena de Lima, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Santa Casa de Belo Horizonte – Ensino e Pesquisa, coordenada pelo pesquisador Dr. Marcus Vinícius Gomez. Atualmente, o tratamento proposto está passando pela etapa de validação de resultados e poderá ser uma alternativa terapêutica para a disfunção erétil.

Em parceria com a Universidade Nacional de São Marcos, no Peru, e a Universidade Münster, na Alemanha, os pesquisadores do Serviço de Bioquímica de Proteínas de Venenos Animais da FUNED identificaram o potencial terapêuticos de proteínas de venenos de serpentes, como afirma o coordenador do laboratório e pesquisador Dr. Eladio Sanchez: “A partir de derivados do veneno de serpentes, como a surucucu (Lachersis) e Bothrops, foram identificados e purificados compostos de interesse científico e tecnológico, sendo determinadas as principais propriedades moleculares e biológicas em modelos in vitro e in vivo, evidenciando o potencial terapêutico dessas moléculas para o tratamento de doenças cardiovasculares”.

O desenvolvimento de medicamentos a partir de venenos animais não é recente. Na antiguidade, curandeiros, feiticeiros, médicos e cientistas buscavam nos venenos remédios para as doenças por acreditarem que “o mal com o mal se cura” – equivalente ao aforisma médico “similia similibus curantur”. Um exemplo de medicamento brasileiro que teve sua origem a partir de pesquisas com o veneno da serpente jararaca é o Captopril. Ele foi descoberto em 1960 e, atualmente, é o remédio mais utilizado para tratar a hipertensão arterial.

“Existe um animal marinho, parecido com um caramujo, chamado Conus. Ele tem conchas muito bonitas, mas é muito venenoso. Do veneno dele foi isolada uma substância que atualmente vem sendo usada como remédio para o tratamento da dor e que pode ser um substituto para a morfina em doenças crônicas. Além disso, outra pesquisa que está em andamento com o veneno deste mesmo caramujo, mostrou uma substância que poderá ser utilizada como remédio para o diabetes”, afirma a pesquisadora.

Para saber mais informações sobre o Mundo dos Venenos e Venenos do Bem, veja aqui o aplicativo desenvolvido por Juliana Rodrigues Moraes, sob orientação da Dra Márcia Borges; e por Sávio Carlos Martins Costa, orientando pelo Dr.  Sérgio Vale Aguiar Campos, no Laboratório de Universalização do Acesso (Luar), do Departamento de Ciência da Computação da UFMG.

Assista ao vídeo sobre o trabalho do Laboratório:

Acesse a notícia na página da SES-MG.

Fonte: SES-MG e ASCOM/Funed. Imagem: Divulgação.

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