Notícia
Pesquisadores decodificam fator que faz com que linfomas de células T cresçam rapidamente
Falta de ‘interruptor de desligamento’ faz com que os linfomas processem quantidades particularmente grandes de açúcar
Freepik (imagem gerada por Inteligência Artificial)
Fonte
TUM | Universidade Técnica de Munique
Data
segunda-feira, 11 dezembro 2023 17:00
Áreas
Biologia. Bioquímica. Farmacologia. Imunologia. Microbiologia. Oncologia. Patologia. Química Medicinal. Saúde Pública.
Os linfomas de células T são um subgrupo de tumores especialmente agressivos e difíceis de tratar, em parte porque ainda se desconhece muito sobre os processos moleculares envolvidos neste tipo de câncer. Recentemente, uma equipe liderada pelo professor Dr. Jürgen Ruland – pesquisador principal do Instituto Central de Pesquisa Translacional de Câncer da Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha – e pelo Dr. Jaehyuk Choi, professor da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, respondeu com sucesso a questões importantes e formulou novas estratégias de tratamento.
Os linfomas surgem através de alterações genéticas em certas células do sistema imunológico, as células T, que perdem a função, reproduzem-se em grandes quantidades e formam tumores em vários locais do corpo. Em um estudo anterior publicado na revista científica Nature, a equipe do professor Ruland conseguiu provar que um gene específico havia mudado em aproximadamente um terço dos linfomas de células T. Este gene contém os ‘projetos’ para a proteína PD-1. A PD-1 normalmente funciona como uma espécie de ‘interruptor de desligamento de emergência’: conhecida como supressora de tumor, a proteína evita que as células mutadas se reproduzam e resultem em câncer.
Metabolismo do açúcar estimulado
“Descobrimos que a inatividade da PD-1 nas células T desencadeia processos decisivos”, disse o Dr. Jürgen Ruland. “Por exemplo, o metabolismo do açúcar nos tumores é estimulado. Pode-se dizer que as células inicialmente absorvem um grande volume de açúcar para obter a energia necessária para crescer”.
Além disso, quando a PD-1 é deficiente, as enzimas fosfoinositídeo 3-quinase (PI3K), alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR) e ATP citrato liase (ACLY) são particularmente ativas nas células. Estas enzimas formam a base inicial para o aumento da atividade do metabolismo do açúcar e para várias mutações epigenéticas nas células. Estes últimos são processos que ativam ou desativam genes individuais. “No caso dos linfomas de células T, as mutações epigenéticas causadas pela ATP citrato liase estimulam adicionalmente o crescimento do tumor”, disse o professor Jürgen Ruland.
Medicamentos para outros tumores podem ser eficazes
Em testes com camundongos e culturas de células de linfomas de células T humanas, a equipe conseguiu mostrar que as novas descobertas poderiam presumivelmente ser usadas em terapias contra o câncer. Foi comprovado que as células do linfoma de células T que perderam o interruptor de desligamento de emergência PD-1 reagem de forma muito sensível aos inibidores de PI3K, mTOR e ACLY. Vários destes inibidores já estão disponíveis na forma de medicamentos e estão atualmente em desenvolvimento clínico para combater outras doenças tumorais.
Os resultados recentes foram publicados na revista científica Nature Cancer.
A eficácia deste inibidor para linfomas agressivos de células T será investigada em estudos clínicos que serão lançados nos EUA em um futuro muito próximo.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).
Fonte: Paul Hellmich, Corporate Communications Center, TUM. Imagem: Freepik (imagem gerada por Inteligência Artificial).
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