Notícia
Pesquisadores desenvolvem antígeno contra a Toxoplasmose
Equipe de pesquisa interdisciplinar é composta por pesquisadores da UFRN das áreas de Biologia Celular, Genética, Farmácia e Engenharia Química
Cícero Oliveira, Agecom/UFRN
Fonte
UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Data
quinta-feira, 11 agosto 2022 20:10
Áreas
Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Microbiologia. Parasitologia. Química Medicinal.
Transmitida por diversos animais, pela ingestão de alimentos contaminados, de mãe para filho e tendo como vetor principal os gatos, a toxoplasmose, infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, é responsável por causar ao paciente contaminado diferentes sintomas, como dor de cabeça e garganta, manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo, febre, confusão mental, perda da coordenação motora, aumento do fígado e do baço e convulsões. Analisando esse cenário e as lacunas na prevenção e tratamento para essa enfermidade, o projeto multidisciplinar financiado pelo Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (Nuplam) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) utiliza a biotecnologia industrial para a produção, em larga escala, de uma proteína que poderá ser utilizada como vacinas e testes diagnósticos para a toxoplasmose.
Esse projeto, que visa à produção da proteína, também chamada de antígeno – substância que introduzida no organismo provoca a formação de anticorpos – é longo e complexo. Por essa razão, uma equipe interdisciplinar composta por pesquisadores da UFRN das áreas de Biologia Celular, Genética, Farmácia e Engenharia Química foi necessária para a realização das diferentes etapas da pesquisa.
Inicialmente, a Dra. Daniella Martins, professora do Departamento de Biologia Celular e Genética da UFRN, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical, coordenou uma pesquisa que envolveu o mapeamento e a seleção de diferentes antígenos de Toxoplasma gondii, protozoário causador da toxoplasmose, e os agrupou na bactéria Escherichia coli, formando uma proteína chamada multiantigênica.
“Nessa pesquisa inicial, um estudo in vitro com o soro de pacientes com toxoplasmose mostrou que a proteína produzida foi capaz de reagir com células de defesa e estimulou a produção de citocinas em cultura de células, as quais são importantes para a proteção do hospedeiro contra a infecção. Assim, temos indícios de que essa proteína pode ser uma possível candidata para o desenvolvimento de uma vacina. Outras análises ainda devem ser realizadas”, ressaltou a professora Daniella.
Para promover a produção em larga escala do composto produzido pela professora, o Dr. Francisco Sousa, coordenador da segunda fase do projeto, utilizou conhecimentos da biotecnologia industrial. “Para aumentarmos a produção, realizamos diversos testes, com o objetivo de determinar a melhor composição do meio e a temperatura para crescimento e expressão da proteína”, explicou o professor.
Atualmente, a pesquisa, que é realizada em parceria com o Dr. Everaldo Silvino, professor do Departamento de Engenharia Química da UFRN, conseguiu avançar na produção de maior quantidade do antígeno. “A proteína, que inicialmente era expressa em miligramas, quantidade considerada baixa, conseguimos obter na ordem de gramas. Avançamos e cumprimos, de forma satisfatória, essa fase”, destacou o pesquisador. A próxima etapa será realizada em equipamentos de maior escala, chamados biorreatores, em que a equipe conseguirá avançar no controle e otimização dos parâmetros de produção.
O esperado é que a pesquisa consiga aumentar o nível de expressão da proteína para, então, haver a separação do antígeno de outros componentes da bactéria. “Utilizaremos estratégias de purificação para removermos outras proteínas e componentes celulares; assim ficaremos apenas com a nossa proteína multiantigênica isolada, na qual temos interesse para produção dos testes de diagnóstico e vacinas”, explicou o coordenador da pesquisa.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Fonte: Maria Eduarda Félix, Nuplam/UFRN. Imagem: Dr. Francisco Sousa, Dra. Stephanie Matias e Dra. Daniella Martins, pesquisadores do projeto multidisciplinar. Fonte: Cícero Oliveira, Agecom/UFRN.
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