Notícia

Pesquisadores desenvolvem óleo essencial de guavira

Estudo da UFMS apoiado pela Fundect resulta em pedido de patente para óleo essencial de guavira

Leandro Benites, UFMS

Fonte

UFMS | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Data

quarta-feira, 21 fevereiro 2024 13:35

Áreas

Biologia. Biotecnologia. Cosmética. Dermatologia. Fitoterapia. Higiene. Inovação. Produtos Naturais. Química.

De fragrância singular, a guavira, fruto simbólico de Mato Grosso do Sul, está prestes a conquistar um novo espaço nos segmentos de perfumaria, cuidados com a pele e higiene pessoal.

Um estudo liderado pela Dra. Nídia Cristiane Yoshida, professora do Instituto de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisadora do Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais Bioativos, resultou no depósito de patente para a utilização do óleo essencial da Guavira (Campomanesia adamantium), em combinação com o hidrolato do mesmo fruto, em formulações cosméticas, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O estudo teve o apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect-MS).

A pesquisa envolvendo a guavira teve início como parte de um estudo abrangente voltado à descoberta de novas fragrâncias e compostos bioativos presentes nos frutos do Pantanal e do Cerrado. Além da guavira, foram selecionados o acuri, a envira preta e a bocaiúva para a obtenção de óleos essenciais, óleos fixos e extratos, que passaram por análises de composição química e avaliação de propriedades biológicas. Um aspecto diferenciado deste trabalho foi a tentativa de aproveitar resíduos subutilizados ou descartados pela indústria de alimentos, como cascas e sementes.

Segundo a professora Nídia Yoshida, os resíduos da guavira destacaram-se não apenas pelo aroma agradável, mas também pela presença de óleo essencial e extrato ricos em propriedades antioxidantes, emolientes e substâncias clareadoras, despertando interesse para sua aplicação em cosméticos. Ela enfatizou que o depósito da patente já representa uma conquista significativa, visto que pesquisas científicas demandam recursos consideráveis e tempo para caracterização, testes e aprimoramento dos materiais, até a obtenção do produto final.

Foram dois anos de pesquisa para desenvolver um produto viável, com resultados tangíveis. A partir de cada quilo de cascas e sementes, os pesquisadores conseguiram extrair cerca de 5 mililitros de óleo essencial, atualmente em fase de testes em sabonetes, perfumes, aromatizadores, cremes e produtos capilares. A equipe também explora possibilidades de utilização do hidrolato, um subproduto do processo de hidrodestilação.

Reflexo de uma parceria estratégica, a equipe recebeu contribuições significativas da Dra. Érica Luiz dos Santos, por meio da Chamada Especial Fundect/UFMS 23/2022,  Atração de Recém-Doutores para Mato Grosso do Sul. Especialista em química de produtos naturais, com ênfase em fitoquímica e biossíntese de metabólitos secundários, a pesquisadora acrescentou ao projeto sua experiência na indústria de matéria-prima para cosméticos, acelerando o processo de pesquisa.

Com anos de estudo dedicados aos compostos bioativos de plantas, a Dra. Érica destacou a importância da preservação do Cerrado: “O conhecimento sobre seus recursos naturais facilitará a valorização e preservação desse bioma. Pesquisas como a nossa podem fornecer ferramentas para o desenvolvimento sustentável da região, através da valorização dos frutos nativos e da geração de renda para as populações locais”.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Fonte: Elton Ricci, UFMS e Assessoria de Comunicação Fundect. Imagem: Leandro Benites, UFMS.

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